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Mulher de Jaques Wagner chama Cunha de corrupto

A mulher do ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, chamou o presidente da Câmara de "corrupto" e defendeu a cassação do peemedebista


	Eduardo Cunha: declaração foi feita durante a inauguração de uma praça no município baiano de Andaraí, a cerca de 400 quilômetros de Salvador
 (Lula Marques/Agência PT)

Eduardo Cunha: declaração foi feita durante a inauguração de uma praça no município baiano de Andaraí, a cerca de 400 quilômetros de Salvador (Lula Marques/Agência PT)

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Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2015 às 21h33.

Brasília - A mulher do ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, chamou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de "corrupto" e defendeu a cassação do peemedebista no último fim de semana, durante evento no interior da Bahia.

A declaração foi feita durante a inauguração de uma praça no município baiano de Andaraí, a cerca de 400 quilômetros de Salvador.

No Planalto, o comentário foi visto com mais um complicador para o governo, que luta contra a deflagração do impeachment da presidente Dilma Rousseff e para aprovar o ajuste fiscal.

Segundo apurou o jornal O Estado de S.Paulo, Fátima Mendonça teria feito a declaração ao encontrar o presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PSD-BA). "Esse é o cara. Esse é o cara que vai cassar o corrupto do Cunha", afirmou a mulher de Jacques Wagner apontando para o deputado. Araújo deu risadas na hora, mas não respondeu a declaração. O jornal O Estado de S.Paulo apurou que o chefe da Casa Civil só ficou sabendo do comentário depois, pois estava cumprimentando moradores da cidade no momento em que sua esposa disparou contra Cunha.

Procurada, a assessoria de imprensa de Jaques Wagner afirmou que a mulher do ministro pode ter dito a frase em tom de brincadeira, por ser muito "alegre" e "expansiva". No meio político, de fato, Fátima é conhecida como uma pessoa "irreverente" e que "gosta muito de falar". Muito amiga de Dilma, ela e o marido fazem parte do seleto grupo de políticos e amigos que frequentam o andar reservado do Palácio da Alvorada, residência oficial da presidente Dilma, desde que Wagner assumiu o comando da Casa Civil.

Conforme apurou o jornal O Estado de S.Paulo, Eduardo Cunha soube do comentário pela imprensa e não gostou. O Planalto teme que a declaração de Fátima seja mais um fator a contribuir para possível retaliação do peemedebista ao governo na Câmara. Ontem, Cunha já tinha confidenciado a aliados que viu o dedo do Executivo no vazamento de documento que dizia que ele teria beneficiado o banco BTG Pactual por meio de emenda à MP 608/2013. Wagner é considerado uma das principais pontes entre Cunha e o Palácio do Planalto.

O presidente da Câmara almoçou nessa segunda, 30, com o vice-presidente da República Michel Temer. No início da noite, Temer se reuniu com o chefe da Casa Civil por pouco mais de uma hora. Na saída, contudo, o vice-presidente e o ministro afirmaram que o assunto discutido durante o encontro foi a estratégia para aprovar o projeto que reduz a meta fiscal de 2015, que deve ser votado nesta terça, 1º, durante sessão do Congresso prevista para começar às 19h30, após a apreciação dos vetos presidenciais. Colaborou Isadora Peron

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