Polícia Civil de São Paulo: Vitória Gabrielly sumiu no último dia 8, quando deixou sua casa para andar de patins (Polícia Civil/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de dezembro de 2017 às 19h06.
São Paulo - Na noite de terça-feira, dia 5, o sargento aposentado Jairo Dutra de Moraes, de 47 anos, foi executado com quatro tiros na frente da casa dos pais, em São Mateus, zona leste paulistana. No início, a Polícia Civil pensava se tratar de mais um latrocínio (roubo seguido de morte), mas as investigações apontaram que, na verdade, ele foi vítima de emboscada.
O homicídio teria sido planejado pela própria mulher - eram casados havia 21 anos -, o amante e um irmão dele, que foram presos na quinta-feira, 7.
O assassinato aconteceu na Avenida Sapopemba, por volta das 19h30. O casal havia acabado de estacionar o carro, um Hyundai HB20. O policial estava no banco do passageiro. A empresária Ana Paula Graminho Dutra de Moraes, de 45 anos estava no volante.
Assim que parou, a mulher entrou na casa para abrir o portão. Com ela fora, um homem, de boné e camiseta preta, se aproximou a pé, sacou um revólver calibre 38 e atirou na cabeça e no tórax de Moraes, que morreu na hora.
No 49º Distrito Policial (São Mateus), Ana Paula disse ter ouvido o ladrão anunciar o assalto. "Perdeu! Perdeu!", foi a frase que teria escutado. Também contou que os documentos do marido foram levados. Mais tarde, eles seriam encontrados na bolsa dela. "Ela tentou direcionar para um latrocínio", disse o delegado Rogério Barbosa Thomaz, titular da 1ª Patrimônio do Deic, responsável pelo caso.
Investigação
Com imagens de câmeras de segurança, a polícia identificou a placa da moto usada pelo assassino para fugir. Após investigar, descobriu que o atirador era Jefferson Rodrigues da Silva, de 29 anos, com duas acusações de roubo.
Nas gravações, ele também apareceu repassando a arma a um comparsa, identificado depois como o irmão dele: Emerson Rodrigues da Silva, de 33 anos. Os dois foram presos em Guarulhos, na Grande São Paulo, e teriam confessado o crime.
Aos policiais, porém, contaram que Emerson tinha relação amorosa com Ana Paula havia cerca de um ano. A traição teria sido descoberta por Moraes em outubro. Segundo os suspeitos, o PM estaria ameaçando o amante e a família dele - motivo pelo qual decidiram matá-lo.
A Justiça decretou a prisão do trio. Parentes ouvidos pela polícia disseram que o PM e Ana Paula tinha relacionamento "conturbado" e chegaram a iniciar o processo de divórcio neste ano. Segundo a polícia, ela negou participação no crime, mas depois admitiu saber de um plano "para dar um susto" em Moraes. A reportagem não conseguiu localizar a defesa dos suspeitos.