Jair Bolsonaro: presidente apoio manifestantes em ato contra membros do Governo e do STF (Ueslei Marcelino/Reuters)
Agência O Globo
Publicado em 3 de maio de 2020 às 13h36.
Última atualização em 3 de maio de 2020 às 13h37.
O presidente Jair Bolsonaro foi à rampa do Palácio do Planalto, neste domingo, para cumprimentar manifestantes que foram à Esplanada dos Ministérios em ato de apoio a seu governo e a a outras pautas.
Entre elas, estão críticas aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP); ao Supremo Tribunal Federal (STF); e ao ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro.
Em uma transmissão ao vivo pelo Facebook, o presidente voltou a criticar o isolamento social, disse que as pessoas "querem trabalhar" e chamou os governadores de "irresponsáveis". Disse que o país vai deixar essa situação "de forma altiva".
— Infelizmente, muitos serão contaminados. Infelizmente, muitos perderão sua vida também. Mas é a realidade que temos de enfrentar — disse.
O presidente estava cercado de crianças e aliados, como o filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e a deputada Bia Kicis (PSL-DF). Chegou a segurar no colo um menino que saiu de um grupo de apoiadores em frente ao Planalto.
Os manifestantes começaram a chegar por volta das 9h e, no fim da manhã, se concentraram na Praça dos Três Poderes. Muitos estão vestidos com as cores verde e amarelo e carregam bandeiras do Brasil. Um caminhão com som toca o hino nacional e reproduz gritos em defesa de Bolsonaro e das outras pautas do grupo.
Enquanto o presidente esteve na rampa, jornalistas foram ameaçados por manifestantes. A Polícia Militar precisou se aproximar com um carro para retirá-los do local.
"Moro lixo" foi um dos xingamentos que os manifestantes cantam em coro. Faixas pedem a renúncia de Maia da Presidência da Câmara. Outras pedem uma intervenção militar. "STF, preste atenção: sua toga vai virar pano de chão", também cantaram os manifestantes.
A Polícia Militar não divulgou estimativa de número de participantes.
Também na manhã deste domingo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) classificou o ex-ministro da Justiça Sergio Moro como um “espião” em mensagem publicada no Twitter. O filho do presidente Jair Bolsonaro ironizou o depoimento, que se estendeu por mais de oito horas, prestado por Moro na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba neste sábado (2).
“Realmente, é preciso muito tempo dando depoimentos a delegados amigos para ver se acham algo contra Bolsonaro. Moro não era ministro, era espião”, escreveu Eduardo Bolsonaro.