José Múcio Monteiro: ex-membro do Tribunal de Contas da União (TCU) é favorito para assumir o Ministério da Defesa (Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados/Reprodução)
Agência O Globo
Publicado em 6 de dezembro de 2022 às 09h06.
Última atualização em 9 de dezembro de 2022 às 11h59.
Favorito para assumir o Ministério da Defesa, José Múcio Monteiro, ex-membro do Tribunal de Contas da União (TCU), teve uma reunião na tarde de ontem com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em um hotel em Brasília.
Oficialmente, não houve ainda uma definição de quem comandará a pasta responsável pela articulação com as Forças Armadas. Nos bastidores, porém, Múcio já se prepara para assumir o cargo e, segundo relato feito a interlocutores, decidiu encerrar as suas atividades de consultoria a empresas para evitar eventuais conflitos de interesse.
No encontro entre Lula e Múcio, do qual também participou o senador Jaques Wagner (PT-BA), ex-ministro da Defesa durante o governo Dilma Rousseff, foi discutido os contatos recentes feito pelo ex-membro do TCU com militares de alta patente e como ocorrerá o processo de indicação dos novos comandantes das Forças Armadas. Esse assunto é considerado sensível para o futuro titular do Palácio do Planalto, que terá que contornar os acenos políticos à caserna feitos pelo presidente Jair Bolsonaro nos últimos anos.
Na reunião, foi discutido se a escolha dos novos chefes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica deveria de fato obedecer a ordem de antiguidade. Se for seguido esse critério, o general quatro estrelas Júlio César de Arruda, de 63 anos, poderá assumir o Exército.
A seu favor conta o fato de ter sido ajudante de ordens do general Enzo Peri, comandante da Força de 2007 a 2015, o mais longevo das gestões do PT. No governo de Dilma Rousseff, Arruda participou da preparação do esquema de segurança das Olimpíadas de 2016, como chefe do Comando de Operações Especiais.
Na Aeronáutica, o favorito é o tenente-brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, de 63 anos, considerado um militar com bom trânsito político e habilidade para negociar. O oficial tem como trunfo a boa relação com o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, de quem se aproximou em 2015, quando chefiou uma unidade da Força em São Paulo.
Já na Marinha há uma indefinição. Dois oficiais generais quatro estrelas figuram como possíveis comandantes, ambos almirantes de esquadra. São eles: Renato Rodrigues Aguiar Freire, atual chefe do Estado Maior da Armada e o mais veterano, e Marcos Sampaio Olsen, comandante de Operações Navais.
Segundo petistas, Múcio deve ser um dos primeiros nomes a serem confirmados por Lula no comando de uma das pastas da Esplanada. O ex-integrante do TCU tem boas relações com oficiais das Forças Armadas, pode ajudar na articulação de pautas da Defesa no Congresso e preenche um dos pré-requisitos estabelecidos por Lula para o cargo: ser um civil com habilidade política.
O grupo de integrantes da Defesa foi o único que ficou de fora da equipe de transição de Lula. A ideia do presidente eleito é anunciar de uma vez os nomes que comandarão a pasta e as Forças Armadas. Apesar de aliados do petista terem a expectativa de que os primeiros nomes do governo venham à tona ainda nesta semana, o futuro presidente vem insistindo que a divulgação só deverá começar a ser feita após a cerimônia de diplomação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que ocorrerá no próximo dia 12.
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