Brasil

MTE cria comissão para analisar convênios

Iniciadas há dois anos, as investigações constataram fraude em licitações de prestações de serviços, de produção de eventos turísticos e de festivais artísticos


	cédulas de euro com algema: fraudes ocorriam em 11 estados: Espírito Santo, Rio de Janeiro, Ceará, Paraná, Amapá, de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Roraima e Pernambuco e DF
 (Marcos Santos/USP Imagens)

cédulas de euro com algema: fraudes ocorriam em 11 estados: Espírito Santo, Rio de Janeiro, Ceará, Paraná, Amapá, de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Roraima e Pernambuco e DF (Marcos Santos/USP Imagens)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2013 às 13h22.

Brasília – Quatro dias após a Polícia Federal (PF) deflagrar a Operação Esopo e revelar a existência de um esquema de desvio de recursos públicos por meio de fraudes em licitações, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) oficializou a criação de uma comissão técnica para analisar as prestações de contas de convênios já encerrados.

A Portaria Ministerial nº 1.400, que institui a comissão foi publicada na edição do Diário Oficial da União de hoje (12). O grupo será composto por 22 servidores do próprio ministério: 12 da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego e dez das superintendências regionais nos estados. O coordenador dos trabalhos ainda será indicado pelo secretário de Políticas Públicas de Emprego, Antônio Sérgio Alves Vidigal, mas os efeitos da portaria entram em vigor com sua publicação.

A comissão deverá priorizar a análise dos processos envolvendo entidades sobre as quais órgãos como a Polícia Federal, a Controladoria-Geral da União (CGU), o Tribunal de Contas da União (TCU) e ministérios públicos federal e estaduais tenham solicitado informações ao MTE.

Iniciadas há dois anos, as investigações que culminaram com a deflagração da Operação Esopo constataram indícios de fraude em licitações de prestações de serviços, de construção de cisternas, de produção de eventos turísticos e de festivais artísticos. Segundo a polícia, o prejuízo aos cofres públicos pode chegar a R$ 400 milhões.

Os convênios eram celebrados por diversos ministérios com organizações da sociedade civil de interesse público (Oscip) aptas a fazer parceria com o governo, mas os serviços contratados ou eram superfaturados ou simplesmente não eram feitos.


Parte do dinheiro recebido pela contratada era repassado a agentes públicos envolvidos no esquema. As fraudes ocorriam em 11 estados – do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Ceará, Paraná, Amapá, de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Roraima, Pernambuco -, além do Distrito Federal.

Após as investigações virem a público, três servidores do Ministério do Trabalho foram presos: Anderson Brito Pereira, assessor do gabinete do ministro Manoel Dias; Geraldo Riesenbeck, coordenador de Contratos e Convênios da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego; e o subsecretário de Planejamento do ministério, Antônio Fernando Decnop. Citado nas investigações, o então secretário executivo do ministério, Paulo Roberto Pinto, prestou depoimento e foi liberado em seguida.

Riesenbeck e Pereira foram exonerados de seus cargos no Ministério do Trabalho na terça-feira (10). Decnopo, que estava cedido à Fundação Nacional do Índio (Funai), também foi exonerado na terça-feira do cargo de coordenador-geral de Recursos Logísticos da Diretoria de Administração e Gestão, da fundação vinculada ao Ministério da Justiça. Já o ex-secretário executivo foi exonerado a pedido na quarta-feira (11).

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEscândalosFraudesMinistério do TrabalhoPolícia Federal

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP