Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ocupam sede do Incra: “Foi cumprido menos de 10% dos assentamentos prometidos, queremos que se cumpram as metas estabelecidas" (Agência Brasil / José Cruz)
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2015 às 12h13.
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam hoje (27), às 5h30 da manhã, o prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no centro de Brasília. Os servidores do instituto foram impedidos de entrar no prédio pelos manifestantes.
O grupo cobra o assentamento de famílias, o cumprimento de metas estabelecidas com o governo e diz que só vai deixar o prédio depois de se reunir com representantes do Incra, do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Ministério do Planejamento.
De acordo com um dos coordenadores do movimento Antônio de Miranda foi estabelecido um plano de metas para o assentamento de 55 mil famílias que não está sendo cumprido.
“Foi cumprido menos de 10% dos assentamentos prometidos, queremos que se cumpram as metas estabelecidas. Que seja criado um plano de metas mensal para poder garantir isso”, disse.
No início de outubro, o governo federal anunciou a meta de assentar 30 mil famílias que vivem em acampamentos da reforma agrária, até o fim deste ano. Dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário indicam que 13 mil já foram assentadas.
Outra reivindicação dos manifestantes é que se reponha o valor cortado no Orçamento da União para a reforma agrária. Em agosto, o governo anunciou cortes no Orçamento de 2016, para garantir o equilíbrio das contas públicas.
Os sem terra estão acampados há 15 dias em frente ao Palácio do Buriti, sem data definida para deixarem o local. Nos últimos dias, o grupo ocupou o prédio do Ministério das Cidades e também o prédio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A assessoria de comunicação do MDA informou que ainda não tem posicionamento sobre o assuno e que até o momento não existe reunião agendada. A Agência Brasil tentou contato por telefone, mas ainda não conseguiu falar com representantes do Incra.