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MST invade prefeitura e faz servidores reféns em SP

O grupo invandiu a prefeitura de Apiaí para reivindicar melhorias de saneamento, energia elétrica e a instalação de uma antena de telefonia celular em seu assentamento

Os sem-terra ocuparam até o gabinete do prefeito e o expediente foi suspenso (ARQUIVO/WIKIMEDIA COMMONS)

Os sem-terra ocuparam até o gabinete do prefeito e o expediente foi suspenso (ARQUIVO/WIKIMEDIA COMMONS)

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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2011 às 17h37.

São Paulo - Cerca de 50 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) invadiram na manhã de hoje a Prefeitura de Apiaí (SP) e fizeram cerca de 30 funcionários reféns. O grupo reivindicava melhorias como obras de saneamento, energia elétrica e até a instalação de uma antena de telefonia celular no Assentamento Prof. Luiz David Macedo, criado no município. Eles também exigiam a retomada da reforma agrária na região.

Como o prefeito Emilson Silva (DEM) estava viajando, os militantes não permitiram que os servidores, que atendiam ao público em vários departamentos, deixassem o prédio. Os sem-terra ocuparam até o gabinete do prefeito. O expediente foi suspenso.

A Polícia Militar (PM) cercou a prefeitura e negociou a liberação dos servidores retidos. Os sem-terra cederam depois que o comando da PM ameaçou dar voz de prisão para as lideranças por cárcere privado. O assessor jurídico da prefeitura Carlos Pereira Barbosa Filho entrou com ação de reintegração de posse pedindo liminar para a desocupação imediata do prédio. "O grupo se apossou de um patrimônio da população. Ali dentro (da prefeitura) tem dinheiro, computadores e documentos. Quem será responsabilizado se alguma coisa desaparecer?", disse.

De acordo com o advogado, as reivindicações dos assentados deveriam ser dirigidas ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), órgão federal que administra o assentamento. O juiz de Apiaí, Paulo Alexandre Rodrigues, concedeu a liminar e censurou a ação dos sem-terra. "Se alguma legitimidade havia no movimento, deixou de haver quando ocupou criminosamente os interiores de um prédio público, bloqueando o funcionamento do Estado e a atuação dos agentes eleitos pelo voto popular", despachou.

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