MST invade parque gráfico do jornal O Globo (MST/Facebook/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de março de 2018 às 11h59.
Última atualização em 8 de março de 2018 às 14h57.
São Paulo - Um grupo com cerca de 500 Integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) invadiu o parque gráfico do jornal "O Globo", em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na manhã desta quinta-feira, 8.
Os manifestantes picharam paredes, vidros e móveis do local. Eles também tentaram atear fogo em um totem com o nome do jornal, que não chegou a ser danificado. A ação foi gravada e divulgada nas redes sociais do grupo.
De acordo com o MST, participaram mulheres do Levante Popular da Juventude, do Movimento dos Atingidos por Barragens e do Movimento dos Pequenos Agricultores, além de moradoras de comunidades da cidade.
A ação faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, que tem por lema a frase de Rosa Luxemburgo "Quem não se movimenta, não sente as correntes que a prendem". Não houve confronto. Meia hora depois da invasão, o grupo deixou o local.
O Grupo GLOBO disse que espera a "rigorosa" apuração das responsabilidades pelas autoridades e manifestou "firme repúdio" ao ataque, informando que os integrantes do MST "picharam a portaria, tumultuaram os trabalhos e só não entraram na área de máquinas porque foram contidos".
"O ataque a um jornal é um ataque à imprensa livre, pilar da democracia. É uma clara tentativa de intimidação, um ato que atropela a legalidade e o estado de direito democrático", afirma o grupo. "Nada impedirá que a imprensa profissional e independente continue a cumprir o seu papel de informar a sociedade".
Em nota conjunta, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), a Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER) e Associação Nacional de Jornais (ANJ) repudiam com veemência a invasão promovida pelo MST ao parque gráfico.
"É inadmissível que um grupo, que se diz defensor de causas sociais, ameace e ataque profissionais e meios de comunicação que cumprem a missão de informar a sociedade sobre assuntos de interesse público. Atos criminosos como este são próprios de grupos extremistas, incapazes deconviver em ambiente democrático, e não pautarão os veículos de comunicação brasileiros", diz o comunicado.
"A ABERT, a ANJ e a ANER condenam o ataque e pedem às autoridades uma rigorosa apuração do fato, com a punição dos responsáveis, para que vandalismos como este não voltem a se repetir", finalizam as entidades.