Brasil

MST invade fazenda da União no interior de Goiás

O MST justificou a ação como uma “denúncia contra à exploração sexual das mulheres e adolescentes”. Entenda:

MST: ação de um grupo de 600 famílias como parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra (Ueslei Marcelino/Reuters)

MST: ação de um grupo de 600 famílias como parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra (Ueslei Marcelino/Reuters)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 25 de março de 2023 às 18h09.

Última atualização em 4 de julho de 2023 às 09h30.

O Movimento dos Sem Terra (MST) invadiu, na madrugada deste sábado, 25, uma fazenda em Hidrolândia, cidade do interior de Goiás, a 35 quilômetros da capital. O MST justificou a ação de um grupo de 600 famílias como parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra. A invasão foi tratada como uma “denúncia contra à exploração sexual das mulheres e adolescentes”.

O imóvel pertenceu a um grupo condenado em 2009 por crimes desse teor. Hoje, a propriedade da fazenda é da União. Conforme a Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União (SPU), o imóvel possui uma área total de 678.588 metros quadrados.

MST invade fazenda da União no interior de Goiás

MST invade fazenda da União no interior de Goiás (MST)

Ao Estadão, a Polícia Militar de Goiás afirmou que “está presente no local, acompanhando e tomando todas as ações necessárias para garantir a segurança de todos os envolvidos”. Questionada pela reportagem, a PM não respondeu se há alguma ação de desocupação da propriedade em curso.

A Secretaria de Segurança Pública de Goiás, a Superintendência do Incra no Estado e o MST, que também foram procurados pelo Estadão, não responderam até a publicação desta matéria.

Suzano

Tradicionalmente, o mês de abril concentra diversas invasões por parte do MST, a partir da ação anual conhecida como “Abril Vermelho”. O período é visto com preocupação por proprietários rurais, que buscam se precaver contra eventuais ataques às suas propriedades.

No fim de fevereiro, o MST protagonizou as primeiras invasões de grandes proporções no terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência da República. No Sul da Bahia, cerca de 1.700 sem-terra tomaram conta de três fazendas de cultivo de eucalipto nos municípios de Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas. As propriedades pertencem à empresa Suzano Papel e Celulose. O caso foi parar na Justiça, que determinou a expulsão do movimento das três propriedades.

Exploração sexual

O local da invasão em Hidrolândia era chamado de fazenda São Lukas. Em 2002, a propriedade foi comprada pelo suíço Pietro Chiesa, que, segundo investigações, junto com mais nove pessoas, mantinha um esquema de tráfico internacional de mulheres para prostituição. Vítimas de cidades próximas a Hidrolândia - Anápolis, Goiânia e Trindade - eram levadas para a Suíça.

No exterior, eram submetidas a um esquema de endividamento e prostituição. De acordo com a sentença que condenou Chiesa e os demais membros da quadrilha, algumas vítimas eram menores de idade e a maioria não suspeitava de que pudesse haver um esquema de cafetinagem envolvido.

Acompanhe tudo sobre:MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem TerraFazendasGoiás

Mais de Brasil

Debate no SBT: veja horário, onde assistir ao vivo e quais candidatos participarão

Governo de SP assina contrato para compra de 12 mil câmeras corporais para uso da PM estadual

'Se não reverter fluxo, biomas e país estarão ameaçados', diz Flávio Dino

Nunes tem 28%; Boulos, 25,5%, e Marçal 19,7%, em São Paulo, diz pesquisa Futura