Brasil

MST fecha rodovias em dez Estados pelo "abril vermelho"

Manifestações cobram a aceleração da reforma agrária e lembram a morte de 21 sem-terra em confronto com a polícia, em 1996, em Eldorado dos Carajás, no Pará

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2013 às 19h17.

Sorocaba - O Movimento dos Sem-Terra (MST) bloqueou rodovias em dez Estados nesta quarta-feira, 17, na sequência do "abril vermelho". Além de cobrar a aceleração da reforma agrária, as manifestações lembraram a morte de 21 sem-terra em confronto com a polícia, em 1996, em Eldorado dos Carajás, no Pará. No interior de São Paulo, rodovias importantes como a Anhanguera, em Ribeirão Preto, e a Raposo Tavares, em Itapetininga, foram bloqueadas durante cerca de 20 minutos por grupos do MST. Nos dois locais houve congestionamento.

Rodovias estaduais e federais foram fechadas em vinte pontos no Estado do Paraná. Os sem-terra fizeram um ato em frente ao Tribunal de Justiça do Estado, em Curitiba. Quatro estradas federais - BR-060, BR-183, BR-167 e BR-267 - e três rodovias estaduais foram alvo de bloqueios em Mato Grosso do Sul. Em algumas, os manifestantes adotaram o sistema pare-siga a cada 20 minutos e mantiveram os bloqueios durante o dia todo. Em Mato Grosso, duas rodovias foram fechadas nos municípios de Dom Aquino e Cáceres. No Estado de Minas Gerais, integrantes do MST interditaram o Anel Rodoviário de Belo Horizonte, no km 5, altura do bairro Betânia.

No interior de Pernambuco, além do interditar 12 rodovias, o MST ocupou as prefeituras de Goiana, na região norte, e de Moreno, região metropolitana de Recife. Em Eldorado dos Carajás (PA), local do confronto que resultou na morte dos sem-terra, cerca de dois mil militantes interditaram a rodovia PA-150, na altura da curva do S. Também foram bloqueados cinco trechos da BR-463, em Rondônia, e duas rodovias no interior de Maranhão. Houve ainda bloqueios em Sergipe e no Piauí. Em Fortaleza (CE), os manifestantes ocuparam a sede do Departamento Nacional de Obras Conta as Secas (DNOCS). A sede do Incra foi ocupada em Goiânia.

Via Campesina

Em Porto Alegre (RS), a Via Campesina manteve acampamento no pátio dos prédios da Receita Federal e do Incra, no centro de Porto Alegre, ao mesmo tempo em que promovia manifestações em outras áreas da cidade.

O grupo de centenas de militantes de movimentos como o dos Sem-Terra, Pequenos Agricultores, Atingidos por Barragens e Mulheres Camponesas, entre outros, dividiu-se em diferentes frentes. Uma delas permaneceu diante dos prédios públicos federais, o que impediu funcionários e usuários de entrar nas repartições. Outra seguiu para a sede da Secretaria Estadual da Educação, tomou o saguão do prédio e só saiu depois de seus representantes serem recebidos pela secretária-adjunta Maria Eulália Nascimento para apresentar reivindicações. A terceira se deslocou para a sede local da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no bairro São Geraldo, onde a manifestação foi de apoio à atuação da empresa. No início da noite, a mobilização prosseguiu com uma passeata por ruas centrais da cidade.


Entre as reivindicações que a Via Campesina tem feito aos governos federal e estadual e reforçado com as manifestações públicas está a criação de uma política nacional camponesa voltada para os pequenos agricultores e assentados da reforma agrária, com programas de infraestrutura, assistência técnica, saúde, moradia, escola e saneamento básico. O movimento também quer aceleração da reforma agrária e escolas adequadas à demanda dos assentamentos.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaDados de BrasilMST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem TerraPará

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP