Brasília/Curitiba - O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) divulgou nota, nesta quarta-feira, 13, em que destaca o falecido presidenciável Eduardo Campos (PSB) como um político ousado e de coragem na luta pela reforma agrária.
"Campos foi um grande amigo do MST e apoiador da luta pela terra e pela Reforma Agrária, fato que o fez ganhar notável confiança dos trabalhadores rurais do Estado de Pernambuco", disse o movimento em nota.
O MST disse também que Campos conhecia as questões fundiárias do País e "tinha clareza da necessidade de resolver o problema da concentração de terra no Brasil".
O movimento sem terra lamentou, assim, a morte prematura do ex-governador de Pernambuco.
"Sem dúvida, sua morte prematura é uma grande perda para a política nacional, e os Sem Terra perdem um amigo e grande apoiador da luta pela terra e pela transformação social no País. O povo brasileiro também perde um político jovem e comprometido com as causas de um País mais justo".
Dívida
O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues afirmou que "a agricultura brasileira tem uma dívida" com o candidato a presidente Eduardo Campos (PSB), morto hoje, que "jamais pagará".
Ele se refere ao empenho do ex-governador de Pernambuco, quando ministro da Ciência e Tecnologia, pela aprovação da Lei da Biossegurança.
Rodrigues e Campos integraram a primeira equipe ministerial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e se aliaram em defesa da lei que criou regras para o cultivo de transgênicos no País.
Rodrigues lembrou que Campos foi o primeiro ministro com quem conversou dentro do grupo de trabalho criado por Lula para discutir o assunto e que o colega foi voz atuante em defesa da lei.
"Ele foi o primeiro com quem tinha que falar, porque ele era ministro da Ciência e Tecnologia. Não gastei 15 minutos, ele foi rapidamente para o meu lado e engrossou minha posição e conseguimos vencer", disse o ex-ministro.
Presidente do conselho deliberativo da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Rodrigues lembrou da última conversa que teve com Campos, na semana passada, quando orientou o candidato para a sabatina realizada com os presidenciáveis na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
"Conversei com ele por 40 minutos e dei a ele briefing para sabatina na CNA. E ele foi o melhor de todos."
"Não há palavra que traduza meu sentimento em relação à morte (de Campos)", disse. "Infelizmente, nós agricultores vamos carregar aos nossos túmulos essa dívida com o Eduardo que não poderemos pagar", concluiu.
Texto atualizado com mais informações às 18h05min do mesmo dia.
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1. Vida política
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1/10 (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)
São Paulo -
Eduardo Campos nasceu em uma das famílias mais influentes do Brasil. E faleceu buscando o compromisso maior com a vida política: a presidência do Brasil. O candidato morreu nesta quarta-feira aos 49 anos. Ele estava
no jatinho que caiu nesta manhã em Santos. Veja nas fotos a seguir os principais momentos de sua vida.
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2. Início
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2/10 (Evaldo Costa/Flikr)
Eduardo Henrique Accioly Campos nasceu em Recife, Pernambuco, em 10 de agosto de 1965. Filho do escritor Maximiano Campos e da atual ministra do Tribunal de Contas da União Ana Arraes e neto de Miguel Arraes, Campos nasceu em uma família de políticos. Em 1990, começou sua carreira política oficialmente ao ser eleito deputado estadual pelo
PSB.
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3. Família política
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3/10 (Alexandre Belem/JC Imagem)
Em 1986, envolveu-se na campanha para governador do avô, Miguel Arraes. Miguel Arraes foi um importante político brasileiro, tendo sido deputado estadual e governador do estado do
Pernambuco três vezes. Arraes passou 15 anos exilado por conta da ditadura. Em 1994, Campos integrou o governo de Arraes, onde ocupou o cargo de secretário da Fazenda de Pernambuco entre 1995 e 1998.
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4. Ministro do governo Lula
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4/10 (Aluísio Moreira/Divulgação)
Após três mandatos como deputado federal, Campos assumiu, no início do governo
Lula, de 2003 a 2005, o cargo de Ministro da Ciência e Tecnologia. No mesmo ano, assume a presidência nacional do PSB.
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5. Governador
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5/10 (Wikimedia Commons)
Em 2006, foi eleito
governador de Pernambuco com mais de 60% dos votos válidos. Em 2010, foi reeleito com a maior porcentagem dos votos válidos de todo o Brasil: 83%.
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6. Parceria com Lula e Dilma
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6/10 (Aluísio Moreira/Divulgação)
Em 2009, Campos integrou a campanha da eleição de
Dilma Rousseff. Em 2010, chegou a afirmar que apoiaria a presidente em 2014, mas, desde 2013, vinha dando sinais de rompimento com o rumo político que o governo tomava.
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7. Campanha para a presidência
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7/10 (Antonio Cruz/ABr)
Em abril deste ano, Eduardo Campos deixou o cargo de governador do Pernambuco para concorrer à Presidência do Brasil pelo PSB, ao lado de
Marina Silva. Campos e Marina estavam em 3º lugar na corrida eleitoral para a presidência da República.
O futuro da campanha ainda é incerto.
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8. Suassuna
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8/10 (Divulgação/ Flickr Eduardo Campos)
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9. Mãe
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9/10 (Roberto Pereira/Divulgação)
Ana Arraes, mãe de Eduardo Campos, também seguia a veia política da família. Membro do PSB desde 1990, foi eleita Deputada Federal em 2006. Em 2010, foi reeleita, mas deixou o cargo em 2011 para ocupar a cadeira de Ministra do Tribunal de Contas da União.
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10. Família
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10/10 (Divulgação/Facebook/Eduardo Campos)
Eduardo Campos deixa a esposa, Renata Campos, e cinco filhos. O mais novo integrante da
família, Miguel, nasceu em janeiro deste ano. Triste coincidência, ele morreu no mesmo dia que o avô, de quem herdou a veia política: 13 de agosto de 2005.