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MPF vê risco de marqueteiro do PT voltar a cometer delitos

Procuradoria pede para que as prisões temporárias de João Santana e de sua mulher sejam convertidas para prisões preventivas


	João Santana: procuradoria pede conversão de prisão temporária para preventiva ao marqueteiro do PT
 (STR /AFP)

João Santana: procuradoria pede conversão de prisão temporária para preventiva ao marqueteiro do PT (STR /AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2016 às 16h32.

Curitiba e São Paulo - O Ministério Público Federal confirmou ao juiz Sérgio Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato, a necessidade de conversão das prisões temporárias do marqueteiro do PT João Santana e de sua mulher, Mônica Moura, em prisões preventivas para "proteger a ordem pública e assegurar a instrução criminal".

"A partir do panorama probatório até agora existente, denota-se que o casal revela intenso e reiterado envolvimento com os crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e evasão divisas", informa a força-tarefa da Lava Jato.

Os dois estão presos desde terça-feira da semana passada, alvos da Operação Acarajé - 23ª fase das investigações. Os dois são suspeitos de receberem pelo menos US$ 7,5 milhões do esquema de corrupção na Petrobras, via Odebrecht e operador de propinas Zwi Skornicki.

"Além da extrema gravidade do recebimento de US$ 7,5 milhões em conta mantida no exterior em nome de offshore e não declarada às autoridades brasileiras, e de tais valores serem oriundos de corrupção e repassados com base em contratos fraudulentos (sem que houvesse efetiva relação comercial lícita que justificasse os repasses dos valores), as provas colhidas durante as buscas e apreensões - em especial as planilhas apreendidas na residência de Maria Lucia Tavares (funcionária da Odebrecht) - revelaram que João Santana e Mônica Moura (identificados na contabilidade paralela do grupo Odebrecht pelo codinome "Feira") foram também destinatários da entrega da expressiva quantia de R$ 21,5 milhões, repassados ao casal pela Odebrecht no período compreendido entre 30 de outubro de 2014 e 22 de maio de 2015", informam os procuradores.

Pós-Lava Jato

No pedido de manutenção da prisão cautelar do marqueteiro do PT, pesou para a Procuradoria o fato do suposto repasse de R$ 21,5 milhões ter ocorrido "quando a Operação Lava Jato já era de amplo conhecimento, quando já havia sido descortinado um gigantesco esquema de corrupção contra a Petrobras".

"É mais do que evidente que era de amplo conhecimento público (e obviamente do casal Mônica Moura e João Santana) o fato de que tais empreiteiras, inclusive a Odebrecht, estavam sendo beneficiadas por recursos oriundos de corrupção na Petrobras", informa o MPF.

Para os procuradores, a continuidade dos recebimentos, mesmo sabendo da possível origem ilícita dos recursos, "revela a gravidade concreta da conduta e denota elevado risco de reiteração delitiva".

"Se nem a ampla divulgação da Operação Lava Jato e a realização de medida ostensiva especificamente no Grupo Odebrecht foram suficientes para frear o envolvimento do casal com a lavagem de ativos, revela-se evidente o risco concreto de que, se colocados em liberdade, Mônica Moura e João Santana novamente incorram em novos delitos."

Riscos

O MPF manteve a sustentação feita pela Polícia Federal, que pela manhã pediu também a conversão das prisões temporárias do casal de marqueteiros do PT em preventivas. Nela, os delegados apontam a gravidade dos supostos crimes investigados e o risco de fuga e destruição de provas.

"Observa-se que o envolvimento ilícito do casal transpõe as fronteiras nacionais, atingindo diversos outros países. Causa verdadeiro espanto a naturalidade com que ambos tratam o recebimento no Brasil e no exterior de recursos não contabilizados", afirma o MPF.

Os procuradores destacaram a Moro ainda o risco de instrução criminal, caso o casal João Santana e Monica Moura sejam soltos. "Já foram revelados concretamente fatos que indicam o intuito de ambos em destruir as provas que possam ainda existir contra eles.

Como bem salientado pela autoridade policial, o fato de João Santana ter excluído sua conta no Dropbox exatamente no dia em que foi deflagrada a operação revela intuito de impedir que os órgãos de investigação tenham acesso ao conteúdo probatório que estava ali armazenado."

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