Samarco: durante as investigações, o delegado tinha o objetivo de apurar se houve vinculação entre sequelas e lesões (Ricardo Moraes/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 28 de outubro de 2016 às 21h40.
A Polícia Civil de Minas Gerais entregou hoje (28) ao Ministério Público Federal (MPF) o terceiro inquérito policial sobre o rompimento da barragem de Fundão.
A estrutura, que pertencia à mineradora Samarco, se rompeu em 5 de novembro de 2015 no distrito de Bento Rodrigues em Mariana (MG). A tragédia espalhou lama de rejeitos na bacia do Rio Doce, poluindo rios, devastando vegetação nativa, destruindo comunidades e matando 19 pessoas.
No novo inquérito foram indiciados por lesão corporal grave funcionários que ocupavam funções de destaque na Samarco à época do episódio, entre eles o presidente licenciado Ricardo Vescovi e o diretor-geral de operações licenciado Kleber Terra.
Entre os acusados, também constam os nomes de Wagner Alves, Wanderson Silvério, Germano Silva Lopes e Daviely Rodrigues. Uma sétima pessoa indicada é Samuel Paes Lourdes, engenheiro da VogBR, empresa que prestava consultoria para a mineradora e é responsável pelo laudo que atestou a estabilidade da barragem. Se condenados, a pena é de 1 a 5 anos de prisão.
O inquérito havia sido instaurado no dia 29 de setembro. Durante as investigações, o delegado Rodrigo Bustamante ouviu um médico e nove pessoas, entre testemunhas e vítimas, com o objetivo de apurar se houve vinculação entre sequelas e lesões. Também foram feitos exames de corpo de delito indireto, com base em laudos e relatórios de atendimentos feitos na época da tragédia.
Em fevereiro deste ano, um primeiro inquérito da Polícia Civil havia levado ao indiciamento por homicídio qualificado destas mesmas sete pessoas. Um segundo inquérito que apurou crimes ambientais e licenciamentos da Barragem de Fundão também já foi concluído e entregue ao MPF.