Energia elétrica: recomendação pede que estudos relacionados aos critérios de qualidade para prorrogação de contratos do setor elétrico sejam "amplamente divulgados" (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de abril de 2014 às 18h21.
Brasília - O Ministério Público Federal (MPF) recomendou ao Ministério de Minas e Energia (MME) e à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mais transparência na divulgação de dados e informações a respeito dos processos de renovação das concessões do setor elétrico.
De acordo com o órgão, a fragilidade na prestação do serviço e as constantes suspensões no fornecimento de luz no país motivaram o envio, nesta quinta-feira, 10, do documento às autoridades do setor.
Assinada pelo procurador da República no Distrito Federal, Paulo José Rocha Júnior, a recomendação pede que estudos relacionados aos critérios de qualidade para a prorrogação de contratos do setor elétrico sejam "amplamente divulgados".
"A decisão do administrador, nesse caso, não se funda em critérios de conveniência e oportunidade, mas sim na realização de pareceres, laudos, relatórios e estudos que revelem a melhor escolha e demonstrem capacidade técnica, econômica e jurídica da solução", afirmou o procurador.
O documento cita o apagão ocorrido na capital federal em 4 de outubro de 2012 e lembra que a apuração do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) sobre o episódio revelou múltiplas falhas que decorreram tanto da transmissão quanto da distribuição de energia.
Por isso, o MPF recomenda que eventuais deficiências no investimento necessário para a prestação dos serviços sejam consideradas pelo MME e pela Aneel nos processos de renovação dos contratos do setor.
O órgão recorre ainda à Lei de Acesso à Informação para enfatizar que esses atos também carecem de maior transparência, por se tratarem de informações de interesse público. MME e Aneel têm 30 dias para responder ao MPF se acatam ou não a recomendação.
O Ministério Público lembra ainda que tanto o MME como a Aneel já foram advertidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a metodologia de renovação das concessões do setor elétrico, mas, no entanto, as determinações do órgão de controle não teriam sido atendidas.
"Igualmente, quando o MPF solicitou cópia dos estudos necessários para a realização das renovações, o Ministério de Minas e Energia simplesmente afirmou que o assunto é complexo e estava em avaliação", afirma o documento.