Brasil

MPF pede indenização de R$ 20 mi para índios Tenharim

Na ação civil pública, ajuizada nessa quarta-feira, o procurador Julio José Araújo Junior pede a condenação da União e da Funai ao pagamento de indenização


	Transamazônica: para o MPF, indenização por danos morais e coletivos é resposta aos danos ambientais, socioculturais e morais causados por construção da rodovia
 (Reprodução/Google Street View)

Transamazônica: para o MPF, indenização por danos morais e coletivos é resposta aos danos ambientais, socioculturais e morais causados por construção da rodovia (Reprodução/Google Street View)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2014 às 15h11.

Araçatuba - O Ministério Público Federal (MPF) pedirá ao governo federal pagamento de R$ 20 milhões aos povos indígenas Tenharim e Jiahui, na região de Humaitá, no sul da Amazônia.

Para o MPF, a indenização por danos morais e coletivos é uma resposta aos danos ambientais, socioculturais e morais causados pela construção da Transamazônica (BR-230) em terras indígenas.

Na ação civil pública, ajuizada nessa quarta-feira, 15, na Justiça Federal, o procurador Julio José Araújo Junior pede a condenação da União e da Funai ao pagamento de indenização de R$ 10 milhões cada uma, para serem aplicados em políticas públicas, definidas pelos Tenharim e Jiahui, sob coordenação da Funai.

O MPF também pede, em liminares, a adoção de medidas de preservação dos locais sagrados em até 60 dias e medidas de segurança para os índios que frequentam escolas - para que não percam o ano letivo.

O procurador solicita ainda a instalação de um posto de saúde em seis meses e a realização de campanha de conscientização sobre os direitos dos povos indígenas para a população de municípios da região em 30 dias.

A ação é baseada em laudo elaborado pelo MPF em inquérito aberto ano passado para apurar a responsabilidade do Estado por violações de direitos humanos cometidos contra os indígenas durante a construção da rodovia, no período da ditadura militar.

Segundo o relatório, o traçado da rodovia passou sobre locais considerados sagrados pelos índios e a chegada do homem branco foi responsável pela disseminação de doenças e por mortes.

De acordo com o texto, os indígenas também sofreram com a degradação do solo e alteração dos cursos d'água, poluição atmosférica, despejo de lixo, redução da fauna, desmatamento e segregação das tribos.

Em dezembro, manifestantes incendiaram o prédio da sede da Funai em Humaitá e postos de pedágios montão pelos indígenas na rodovia, em protesto contra o desaparecimento de três moradores quando atravessavam área indígena.

A suspeita era de que índios teriam sequestrado o grupo em represália à morte do cacique Ivan Tenharim, morto em acidente de moto na mesma rodovia. Os índios negam a responsabilidade pelo desaparecimento dos três moradores e dizem que a cobrança do pedágio é para compensar os danos causados pela construção da rodovia ao longo de 40 anos.

Acompanhe tudo sobre:DireitosExploração de rodoviasIndenizaçõesIndígenasMinistério Público

Mais de Brasil

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas

CNU divulga hoje notas de candidatos reintegrados ao concurso

Chuvas fortes no Nordeste, ventos no Sul e calor em SP: veja a previsão do tempo para a semana

Moraes deve encaminhar esta semana o relatório sobre tentativa de golpe à PGR