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MPF investiga antissemitismo em universidade federal do RS

Apuração foi instaurada após a divulgação de um ofício de pró-reitor questionando docentes do sobre a presença de professores e alunos de origem israelense


	Estrela de Davi: apuração foi instaurada após a divulgação de um ofício do pró-reitor de pós-graduação da instituição
 (thinkstock)

Estrela de Davi: apuração foi instaurada após a divulgação de um ofício do pró-reitor de pós-graduação da instituição (thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2015 às 10h37.

Porto alegre - O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) abriram investigação contra a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, por um suposto caso de discriminação contra israelenses.

A apuração foi instaurada após a divulgação de um ofício do pró-reitor de pós-graduação da instituição, José Fernando Schlosser, questionando docentes do programa sobre a presença de professores e alunos de origem israelense.

Como reitor substituto da universidade, Schlosser enviou, em agosto de 2014, ofício com o objetivo de atender a pedido de informação feito pelo Comitê Santa-Mariense de Solidariedade ao Povo Palestino, que engloba a Associação de Servidores da Universidade Federal de Santa Maria (ASSUFSM), o Diretório Central dos Estudantes da UFSM (DCE) e a Seção Sindical Docente da UFSM (SEDUFSM).

A UFSM aponta que o documento foi encaminhado com base na Lei de Acesso à Informação, que obriga o "atendimento dos pedidos feitos por meio idôneo", encaminhados a órgãos públicos.

O pedido diz que "considerando o massacre que ocorre aos palestinos nos últimos 50 anos", a universidade, por ter sido considerada pelos Emirados Árabes uma das melhores de ensino superior do País, deve prestar satisfações à comunidade internacional - tanto em relação ao corpo docente e discente quanto a supostos projetos com Israel.

Além disso, o documento questiona se a UFSM tem alguma relação com empresas ou entidades públicas israelenses e se, no momento, há perspectiva da universidade receber alunos ou professores do Oriente Médio.

O documento do comitê também expõe que, caso alguma das perguntas apresente respostas positivas, o nome do servidor responsável por determinada ação seja revelado.

Em nota, o secretário estadual de Desenvolvimento Social de São Paulo, Floriano Pesaro, disse Schlosser "se iguala assim aos mais rematados antissemitas da história".

A UFSM publicou um vídeo na semana passada para tentar esclarecer pontos da polêmica. O reitor da UFSM, Paulo Afonso Burmann, afirmou que o episódio vem causando desconforto à universidade, mas salientou imparcialidade no processo, garantindo que a instituição é laica e respeita a diversidade.

MEC

O Ministério da Educação publicou uma nota oficial afirmando que condena qualquer forma de preconceito em relação ao suposto caso de antissemitismo.

Representando as entidades responsáveis pelo pedido de informações, Alcir Martins, técnico em assuntos educacionais da UFSM, disse que questionava a nacionalidade e não a religião. "Não se tem preconceito com a comunidade judaica, ser israelense, não significa ser judeu", disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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