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MPF e Funai investigam suposto massacre de índios na Amazônia

Segundo a Funai, a área sob investigação fica nas proximidades dos rios Janiatuba e Jutaí, próxima à fronteira com o Peru

Amazônia: apenas quatro bases da Funai atuam para proteger cerca de 5 mil índios isolados nos extremos da Amazônia (foto/Divulgação)

Amazônia: apenas quatro bases da Funai atuam para proteger cerca de 5 mil índios isolados nos extremos da Amazônia (foto/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de setembro de 2017 às 21h27.

Brasília - O Ministério Público Federal de Tabatinga, no Amazonas, apura denúncia de um suposto ataque contra povos indígenas isolados que habitam a região do rio Jandiatuba, na Terra Indígena Vale do Javari.

Em abril, a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo percorreu toda a região e denunciou a situação de risco e precariedade vivida pelos povos isolados.

Apenas quatro bases da Fundação Nacional do Índio (Funai) atuam para proteger cerca de 5 mil índios isolados nos extremos da Amazônia, uma área que abrange 84.570 quilômetros quadrados, o equivalente a dois Estados do Rio.

Segundo a Funai, a área sob investigação fica nas proximidades dos rios Janiatuba e Jutaí, próxima à fronteira com o Peru, a cerca de 1 mil quilômetros de Manaus.

A denúncia surgiu depois que alguns garimpeiros foram vistos no município de São Paulo de Olivença, no oeste do Amazonas, falando sobre o ataque.

Servidores da Funai fizeram o primeiro levantamento e entenderam ser necessário apresentar a denúncia. Os garimpeiros foram presos e conduzidos a Tabatinga para prestarem depoimento, cumprindo mandado de busca e apreensão.

De acordo com a Funai, os garimpeiros não confirmaram as mortes. Não há também nenhuma prova material que comprove o suposto massacre, o que impede de se confirmar a veracidade das mortes.

Em nota, o MPF afirmou que "investiga o garimpo ilegal no rio Jandiatuba e que a instituição vem recebendo denúncias da Funai e dos próprios moradores, por conta da violência que o garimpo gera, da prostituição infantil, das ameaças e até de homicídios".

"Apesar das dificuldades enfrentadas para chegar ao local (12 horas de barco nesse período de seca), a Funai está empenhando todos os esforços para apoiar o Ministério Público e a Polícia Federal na investigação", diz a nota.

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