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MPF denuncia servidor da Receita que acessou dados de Bolsonaro

O acesso permitiu ao acusado ver rendimentos e ganhos de capital percebidos e tributados pelo imposto de renda do presidente

Bolsonaro: dados do presidente foram acessados por servidor da Receita Federal (Adriano Machado/Reuters)

Bolsonaro: dados do presidente foram acessados por servidor da Receita Federal (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de outubro de 2019 às 20h55.

Última atualização em 11 de outubro de 2019 às 20h59.

O Ministério Público Federal no Espírito Santo denunciou à Justiça o servidor da Receita Odilon Alves Filho por "utilizar seu cargo público para ter acesso a dados restritos e sigilosos referentes ao presidente Jair Bolsonaro". As informações foram divulgadas pela Procuradoria em Vitória.

De acordo com a denúncia, no dia 30 de outubro de 2018, Odilon, que é agente administrativo na agência de Cachoeiro de Itapemirim, "se utilizou, de forma imotivada e indevida, do acesso restrito ao sistema informatizado da Receita Federal para visualizar informações fiscais do presidente".

A conduta de Odilon foi descoberta pela Corregedoria da Receita Federal.

O acesso ilícito permitiu que o acusado tivesse contato com os dados cadastrais e os rendimentos e ganhos de capital percebidos e tributados pelo imposto de renda do pesquisado. Ainda de acordo com a denúncia, essa consulta "teve o objetivo de satisfazer mera curiosidade do acusado".

Para o procurador da República Aldo de Campos Costa, autor da denúncia, isso configura o crime previsto no artigo 325, parágrafo 1.º, inciso II, do Código Penal: revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação, se utilizando, indevidamente, do acesso restrito.

A pena para esse tipo de crime varia entre dois e seis anos de prisão e multa.

Defesa

A reportagem tenta contato com a defesa de Odilon Alves Filho. O espaço está aberto para manifestação.

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