Brasil

MPE entra com recurso para tornar Collor inelegível

Ministério Público Eleitoral afirma que Collor teria manipulado o resultado de pesquisa eleitoral quando ele concorreu ao governo de Alagoas, ano passado

Se o recurso for acolhido pelo TSE, Collor poderá ficar inelegível até 2018 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Se o recurso for acolhido pelo TSE, Collor poderá ficar inelegível até 2018 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2012 às 14h28.

São Paulo - O Ministério Público Eleitoral (MPE) entrou com recurso contra o senador Fernando Collor (PTB-AL) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com base na Lei da Ficha Limpa. O MPE afirma que Collor teria manipulado o resultado de pesquisa eleitoral divulgada no pleito de 2010, quando ele concorreu ao governo de Alagoas.

O recurso do MPE contesta decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL) que, apesar de reconhecer que ocorreu fraude na pesquisa eleitoral, entendeu que o caso não configurou abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação, a ponto de gerar a inelegibilidade de oito anos prevista na Lei da Ficha Limpa.

O MPE explica que a pesquisa foi realizada pelo instituto Gape, que pertence ao grupo de comunicação da família de Collor, e teve os dados deturpados com o claro intuito de beneficiar a candidatura do petebista e seu vice, Galba Novais Júnior. Os dados foram veiculados no jornal Gazeta de Alagoas, que foi multado pela divulgação.

"Impossível reconhecer que a fraude não importa em abuso, notadamente quando é visível o escopo de privilegiar candidato determinado, atentando-se para o fato de que este é, nada mais nada menos, que sócio-proprietário da pessoa jurídica responsável pela manipulação e divulgação dos dados", afirma o MPE no recurso.

O Ministério Público alega que, para a configuração de ato abusivo, não é necessário que o fato tenha alterado o resultado da eleição, mas apenas a gravidade das circunstâncias que o caracterizam. Se o recurso for acolhido pelo TSE, Collor poderá ficar inelegível até 2018. O relator do processo é o ministro Arnaldo Versiani.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEleiçõesEleições 2010EscândalosFernando Collor de MelloFraudesPolíticaPolítica no BrasilPolíticos brasileiros

Mais de Brasil

Em defesa da soberania, Lula diz que big techs terão que respeitar leis brasileiras

Lula chama tarifas de Trump de 'chantagem inaceitável' e critica oposição: 'traidores da pátria'

Licença-paternidade deveria ser de ao menos 30 dias, diz entidade

Lula diz que Brasil busca diálogo sobre tarifaço, mas não aceitará imposições de Trump