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MP vê irregularidade na eleição para presidente do Corinthians

Segundo o MP, processo eleitoral realizado neste ano no Parque São Jorge "não foi íntegro, seguro e confiável"

Corinthians pode ter sua última eleição para presidente anulada, aquela que recolocou Andrés Sanchez no comando do clube (Friedemann Vogel/Getty Images)

Corinthians pode ter sua última eleição para presidente anulada, aquela que recolocou Andrés Sanchez no comando do clube (Friedemann Vogel/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de julho de 2018 às 15h01.

São Paulo - O Corinthians pode ter sua última eleição para presidente anulada, aquela que recolocou Andrés Sanchez no comando do clube. De acordo com entendimento do Ministério Público de São Paulo, em manifestação de 11 de julho, o processo eleitoral realizado neste ano no Parque São Jorge "não foi íntegro, seguro e confiável".

A declaração oficial do MP foi feita baseada na análise de laudos produzidos por empresas diferentes, uma delas contratada pelo candidato derrotado das eleições, Paulo Garcia, em que teria se comprovado não ter sido legítimo o pleito eleitoral.

Os laudos foram anexados à investigação de inquérito policial aberta na 5ª Delegacia de Polícia e Repressão e análise aos delitos de intolerância esportiva (Drade) do DHPP, em São Paulo. A Justiça determinou audiência sobre o caso para o dia 27 de agosto, uma segunda-feira, para ouvir os depoimentos de três funcionários da empresa contratada para fazer a eleição, a Telemeeting Brasil. Ela era responsável pelo sistema das urnas eletrônicas. Andrea Mosiici, Enrico Balbuono e Gabriele Bartolucci, responsáveis pela empresa, serão ouvidos.

O Corinthians ainda não se manifestou de forma oficial sobre o episódio. Desde que foi eleito, o presidente Andrés Sanchez comanda o clube. Umas das irregularidades da perícia aponta que houve mais votos do que sócios votantes.

"O Ministério Público entendeu que está comprovada a irregularidade na eleição corintiana. Portanto, trata-se de um crime previsto no artigo 66 do Código de Defesa do Consumidor (fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviço, com pena de prisão de três meses a um ano e multa)", explica o advogado Eduardo Silveira Melo Rodrigues. "Há alguns caminhos agora. O próprio Conselho Deliberativo do Corinthians pode pedir novas eleições ou meu cliente, Paulo Garcia, entra com processo cível e faz o mesmo, reivindica novas eleições no clube."

De acordo com os laudos periciais, havia durante a votação um terceiro computador de fora do Parque São Jorge conectado ao sistema oficial da eleição, o que, de acordo com o MP, configura ilegalidade do processo. "Além da infração penal constatada (autoria e materialidade), ficou demonstrada a absoluta violação da confiabilidade e seriedade do pleito, o desvirtuamento do processo eleitoral de um dos maiores clubes do Brasil, vez que o presidente e chapas não foram eleitos dentro de um processo democrático íntegro, seguro, confiável e hígido, que deveria ter sido garantido pelo produto e serviço vendidos pela empresa Telemeeting Brasil", diz o trecho do documento do MP.

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