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MP pede que Suzane faça "teste do borrão" antes de soltura

O MP quer que a presa seja submetida a uma avaliação capaz de expor características da personalidade da pessoa não reveladas em outros testes

Suzane von Richthofen: no fim de 2017, um laudo concluiu que ela tinha condições de voltar a viver em sociedade (YouTube/Reprodução)

Suzane von Richthofen: no fim de 2017, um laudo concluiu que ela tinha condições de voltar a viver em sociedade (YouTube/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de fevereiro de 2018 às 21h19.

Sorocaba - O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pediu a realização de um novo exame psicológico para avaliar se a detenta Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão pela morte dos pais, está em condições de cumprir o restante da pena em liberdade.

O MP quer que a presa seja submetida ao teste de Rorschach, uma técnica de avaliação psicológica capaz de expor características da personalidade da pessoa não reveladas em outros testes.

A argumentação da promotoria criminal é de que os irmãos Cravinhos, também condenados pelo crime, foram submetidos a esse teste antes de terem autorizada a progressão para o regime aberto.

No fim de 2017, Suzane foi submetida a exame por psicólogos e psiquiatras, a pedido da Justiça, e o laudo concluiu que ela tinha condições de voltar a viver em sociedade. A administração da penitenciária onde ela cumpre pena também havia atestado o bom comportamento e a disciplina da presa.

Até esta sexta-feira, 2, a Vara de Execuções Criminais de Taubaté, ainda não tinha determinado o novo exame. O teste de Rorschach, amplamente aplicado em outros países, foi desenvolvido pelo psicanalista suíço Hermann Rorschach e consiste em dar respostas sobre com que se parecem dez pranchas com manchas de tintas, por isso é conhecido popularmente como "teste do borrão de tinta". A promotoria alega também a gravidade do crime cometido por Suzane e sua grande repercussão.

A detenta já cumpriu mais de 11 anos de prisão, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). Desde 2015 ela está no regime semiaberto, com direito a cinco saídas temporárias por ano, em datas especiais, como o Dia das Mães e a Páscoa. Em junho do ano passado, a Defensoria Pública de Taubaté, que assumiu a defesa da presa, pediu a progressão para o regime aberto.

O defensor alegou que, além do tempo de prisão já cumprido, devem ser contados os quase 1 mil dias em que Suzane trabalhou na prisão, período que deve ser considerado para a remissão da pena. A defesa argumenta também que a condenada tem emprego assegurado fora da prisão, em uma confecção de Angatuba, cidade paulista onde reside seu namorado.

A Secretaria da Administração Penitenciária informou que o processo da presa Suzane Louise Von Richthofen está em segredo de justiça, porém, a Penitenciária de Tremembé ainda não recebeu nenhuma notificação da Justiça sobre o novo exame.

Já a Defensoria Pública de Taubaté informou que a defesa não se manifestaria em razão do sigilo do processo.

A reportagem entrou em contato com o promotor Paulo de Palma, da Promotoria de Execuções Criminais de Taubaté, que atua no caso, mas ele não havia dado retorno até o fim da tarde desta sexta.

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