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MP negocia delação premiada em caso cartel dos trens

Por meio do acordo, a Siemens e os executivos se livram de sanções por causa da formação do cartel - em troca da plena colaboração com a Justiça


	Cartel: o prejuízo aos cofres públicos causado pela atentado à livre concorrência pode ter chegado a R$ 557 milhões ou 30% do valor dos contratos assinados
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Cartel: o prejuízo aos cofres públicos causado pela atentado à livre concorrência pode ter chegado a R$ 557 milhões ou 30% do valor dos contratos assinados (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2013 às 09h03.

São Paulo - O Ministério Público Estadual (MPE) está negociando um acordo de delação premiada com os executivos da Siemens para obter provas de supostos pagamentos de propinas a agentes públicos no processo de compra e manutenção de trens para a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e para os metrôs de São Paulo e do Distrito Federal.

As suspeitas recaem sobre contratos assinados entre 1998 e 2007.

A proposta foi feita para um grupo de advogados que defendem os seis executivos da Siemens durante uma reunião que contou com a participação de quatro promotores que apuram o caso.

Eles devem começar a ouvir o depoimento dos quatro brasileiros e dois alemães que relataram ao Conselho Administrativa de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Justiça, as tratativas para a formação do cartel dos trens que atuou em pelo menos cinco licitações. A Siemens e seus executivos estão colaborando.

A negociação para que a Siemens concordasse em denunciar o cartel começou em 6 de março de 2012 e estendeu-se até o fechamento do chamado acordo de leniência, em 22 de maio passado, em São Paulo. A investigação do Cade ainda resultou na abertura de dois inquéritos pela Polícia Federal.


Por meio do acordo, a empresa e os executivos se livram de sanções por causa da formação do cartel - em troca da plena colaboração com a Justiça. As empresas acusadas no caso podem ser obrigadas a ressarcir os prejuízos causados aos cofres públicos. Além disso, podem receber multa de até 20% do faturamento da companhia.

Prejuízo

O jornal O Estado de S. Paulo mostrou que o prejuízo aos cofres públicos causado pela atentado à livre concorrência pode ter chegado a R$ 557 milhões ou 30% do valor dos contratos assinados - R$ 1,925 bilhão em valores atualizados.

Em nota, a Siemens informou que "desde 2007, tem feito grandes esforços para aprimorar seus programas de compliance em todo o mundo, tendo implementado um novo e eficaz mecanismo de controle e investigação". A nota prossegue afirmando que "como resultado de seus esforços, a Siemens alcançou pontuação de 99% no Índice de Sustentabilidade Dow Jones (DJSI)".

Por fim, ela diz que "no Brasil, após extensa avaliação, a Siemens foi uma das quatro primeiras empresas a receber o Selo Ético (Cadastro Empresa Pró-Ética) em 2010, concedido pela Controladoria-Geral da União".

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