Denúncias de compra de voto: moradores afirmaram que oferecer vantagens em troca do voto tem sido algo comum nas últimas eleições de Capetinga (Elza Fiúza/Agência Brasil/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 23 de julho de 2013 às 18h27.
Franca - O Ministério Público abriu investigação para apurar um esquema de compras de votos em Capetinga (MG). O motivo são as imagens mostradas pelo Fantástico, da TV Globo, no último domingo (21). Nelas, o ex-candidato a prefeito da cidade, José Donizete Faleiros (DEM), recebe instruções do deputado federal Aelton Freitas (PR), que tem sua base em Uberaba (MG), sobre como comprar votos e difamar os políticos adversários.
A "aula" foi filmada em setembro, antes das eleições municipais de 2012, mas somente agora foi divulgada. O promotor eleitoral da Comarca de Cássia (MG), Gilson Walmir Falcucci, responsável também por Capetinga, instaurou um inquérito para apurar a suspeita de corrupção eleitoral. Para ele, a reunião ensinando a compra de votos já é motivo suficiente para iniciar a investigação.
Em Capetinga não se fala em outro assunto a não ser o escândalo que agitou a população de pouco mais de 7 mil habitantes. Alguns moradores afirmaram à Agência Estado que oferecer vantagens em troca do voto tem sido algo comum nas últimas eleições. O então candidato a prefeito e o deputado deverão ser ouvidos no MP, assim como outras pessoas que aparecem no encontro realizado em um restaurante.
O deputado não se manifestou até agora sobre o vídeo exibido em rede nacional. Já o candidato a prefeito que é orientado na filmagem culpa os adversários políticos pela divulgação do vídeo. E afirma que não comprou nenhum voto porque nem mesmo funcionaria o sistema sugerido pelo deputado. "O que sempre interessou pra mim foi ganhar as eleições de maneira correta e sem compra de votos", alega José Donizete Faleiros. Segundo ele, tudo não teria passado de uma brincadeira do parlamentar.
Crime
Já o promotor Gilson Falcucci acredita que houve, pelo menos, a prática da incitação ao crime, que também é punida pelo artigo 286 do Código Penal. O vídeo já foi encaminhado à Procuradoria Geral da República, em Brasília, e o caso foi parar ainda no Conselho de Ética da Câmara Federal, que estuda punir o deputado envolvido por quebra de decoro parlamentar.