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MP do Rio vê indícios de que Tóquio-2020 também comprou voto

Segundo procuradora, o senegalês que foi pago pelo Comitê Olímpico do Brasil também recebeu 1,7 milhões de euros do comitê da candidatura japonesa

Tóquio-2020: aparentemente, o esquema de Tóquio foi "menos sofisticado" do que o brasileiro (Yuya Shino/Reuters)

Tóquio-2020: aparentemente, o esquema de Tóquio foi "menos sofisticado" do que o brasileiro (Yuya Shino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de setembro de 2017 às 14h21.

Rio - A escolha de Tóquio para sediar os Jogos Olímpicos de 2020 também pode ter sido comprada, segundo o Ministério Público Federal do Rio (MPF-RJ).

Isto porque, segundo a procuradora Fabiana Schneider, o senegalês Papa Diack, que foi pago pelo Comitê Olímpico do Brasil, também recebeu 1,7 milhões de euros (aproximadamente R$ 6,3 milhões) do comitê da candidatura japonesa.

As investigações ainda vão determinar se esta ação teve relação com a escolha de Tóquio como sede da próxima Olimpíada. Diack é filho do presidente da Associação Internacional de Federações de Atletismo, Lamine Deck.

A procuradora, no entanto, disse não saber quando a quantia foi depositada, mas disse que o esquema de Tóquio foi "menos sofisticado" do que o brasileiro.

"O modos operandi de Papa Diack era o mesmo. Mas o comitê de Tóquio depositou o dinheiro diretamente na conta da empresa de Papa Diack. Já o Comitê brasileiro fez os depósitos em nomes de terceiros, pela empresa Matlock, do empresário Arthur Cesar (O Rei Arthur). Tinha uma complexidade muto maior",disse a procuradora.

Arthur Soares é ex-proprietário do Grupo Facility, empresa que firmava contratos de prestação de serviços com o governo do Rio de Janeiro na época do governo de Sérgio Cabral. Nessa época, Facility somava contratos da ordem de R$ 3 bilhões.

A procuradora não soube precisar mais detalhes sobre o depósito de Tóquio, pois a investigação brasileira é um braço da ação internacional.

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