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MP do Rio pede que Cedae mostre laudos de qualidade da água

Na quarta-feira 15, a companhia chegou a disponibilizar laudos em seu portal, mas o MP do Rio afirma que a ação ainda não cumpre recomendação

Cedae: empresa afirma que água não é tóxica à população (Cedae/Divulgação)

Cedae: empresa afirma que água não é tóxica à população (Cedae/Divulgação)

AB

Agência Brasil

Publicado em 18 de janeiro de 2020 às 10h56.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro fez uma petição na Justiça nesta sexta-feira 17 para que seja dada publicidade a laudos sobre a qualidade da água que é disponibilizada à população no estado. Os mais de 70 laudos estão em posse da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Estado (Cedae).

Na quarta-feira 15, a companhia chegou a disponibilizar esses laudos em seu portal, mas o MP do Rio afirma que a ação ainda não cumpre recomendação. O pedido foi feito pelo Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente (Gaema) do Ministério Público.

O MP requer que a empresa apresente o resultado de todas as medições e análises laboratoriais realizadas em amostras de água tratada na saída da Estação de Tratamento de Água (ETA) do Rio Guandu e em todos os pontos de coleta ao longo da rede de distribuição nos últimos quatro anos.

A Cedae também deve apresentar um plano de ação de monitoramento e avaliação da potabilidade da água a ser fornecida aos consumidores, bem como de verificação da rede de distribuição, incluindo práticas de gestão e comunicação das informações aos órgãos ambientais e de saúde pública.

A distribuidora deve adotar as medidas necessárias para sanar toda e qualquer inconformidade encontrada nas amostras de água que comprometam a qualidade para consumo humano e doméstico em atendimento aos parâmetros técnicos fixados pelo Ministério da Saúde.

Entenda a crise da água

A distribuição de água no Rio de Janeiro vive uma crise. Desde o começo do ano, moradores de vários bairros da capital e da Baixada Fluminense vêm reclamando da cor turva, do cheiro e do gosto diferenciados da água distribuída à população.

Segundo a Cedae, esses aspectos são causados pela presença de geosmina. A empresa estadual afirma que essa substância não oferece riscos à saúde e é produzida por algas, e que a turvação na água pode ter sido ocasionada por problemas como caixas d’água sem a limpeza necessária.

Os questionamentos sobre a qualidade da água no Rio vêm fazendo os moradores lotarem os mercados em busca de água mineral, levando a escassez do produto nos supermercados e disparada de preços.

O diretor-presidente da Cedae, Hélio Cabral, disse na quarta-feira que a água distribuída pelo Reservatório do Guandu, que atende grande parte da população da região metropolitana do Rio, não terá mais a presença da geosmina a partir desta semana. Novos equipamentos para melhorar o tratamento da água no Guandu também chegaram ao Rio de Janeiro e testes começarão a ser feitos com uso de carvão ativado.

Ainda assim, a Cedae afirmou que a água como está não oferece riscos à população. “Não existe risco em função do gosto da água que estamos observando”, disse o gerente de controle de qualidade da água, Sérgio Marques.

O governador do Rio, Wilson Witzel, exonerou nesta semana o diretor da Cedae Marcos Chimelli, responsável pelo gerenciamento da qualidade da água.

No centro da crise, a Cedae era uma das prioridades do governo para ser privatizada neste ano. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), responsável pelo estudo que deve levar à privatização da empresa, vai realizar a partir de fevereiro roadshows no Brasil e no exterior para atrair investidores interessados na companhia.

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