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MPF denuncia tesoureiro do PT por corrupção na Petrobras

O Ministério Público Federal denunciou o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro que teriam sido praticados no esquema de corrupção da Petrobras

O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto (Roosewelt Pinheiro/ABr)

O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto (Roosewelt Pinheiro/ABr)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 17 de março de 2015 às 00h03.

São Paulo - O Ministério Público Federal (MPF) acaba de abrir uma acusação contra o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, João Vaccari Neto, por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro que teriam sido praticados no esquema da PetrobrasEsta é a primeira vez que há uma acusação formal contra Vaccari. 

Além dele, outras 26  pessoas também foram denunciadas pela Procuradoria. Entre elas, o ex-diretor de serviços da estatal Renato Duque, que foi preso hoje. [Veja lista abaixo]

A denúncia foi feita com base nas investigações da  nona fase da Operação Lava Jato, deflagrada em fevereiro. Na ocasião, João Vaccari Neto foi chamado para depor na Polícia Federal. 

A nova denúncia está relacionada com desvios em quatro obras da Petrobras: refinarias Araucária e Paulínia, além dos gasodutos Urucu-Coari e Pilar/Ipojuca.  

Propina maquiada de doação

Após as investigações, a Procuradoria concluiu que parte do dinheiro desviado da Petrobras foi repassado para políticos por meio de doações legais para campanhas eleitorais. 

Segundo o MP, entre outubro de 2008 e abril de 2010, 24 doações eleitorais que tinham o propósito de maquiar propinas foram repassadas ao Partido dos Trabalhadores. Os pagamentos foram feitos por Renato Duque e o próprio tesoureiro do partido indicava as contas dos diretórios em que os depósitos deveriam ser feitos.

De acordo com o procurador Deltan Dallagnol, os valores foram destinados ao diretório nacional do partido. Não há informações de que tenham ido para uma campanha específica. Ao todo, 4,2 milhões de reais teriam sido repassados ao PT por este método. 

"O pagamento de propina era disfarçado de um financiamento eleitoral, que tem uma aparência lícita. Trata-se de um sistema complexo intenso e complexo", afirmou o procurador. “As doações oficiais por si só não constituem crime. É crime quando esconde um repasse ilícito ou de propina”. 

Corrupção pluripartidária

No entanto, Dallagnol afirmou que a prática de maquiar propinas por meio de doações eleitorais não é exclusiva do PT. "Não vemos essa corrupção endêmica como um fenômeno ligado ao partido A ou B. É um fenômeno pluripartidário, devemos mudar as estruturas", afirmou o procurador durante a coletiva em Curitiba (PR). 

O Ministério Público Federal estima que 4 bilhões de reais tenham sido desviados da Petrobras em contratos firmados pelas diretorias de Serviços e Abastecimento da estatal, quando Renato Duque e Paulo Roberto Costa eram seus diretores, respectivamente. 

A doação para campanhas não era o único método para o repasse de propina. Os pagamentos também eram feitos com dinheiro em espécie por meio de empresas de fachada, compra de ativos e através de contas no exterior.

 Denunciados

Dos 27 denunciados hoje, 16 estão na lista do Ministério Público Federal pela primeira vez. São cinco operadores e quatro funcionários; dois ex-diretores e um ex-gerente da Petrobras; 15 pessoas vinculadas a empreiteiras como OAS, SETAL e Mendes Júnior. 

Veja quem são eles: 

Denunciados
Adir Assad
Alberto Villaça
Alberto Youssef
Ângelo Mendes
Augusto Mendonça
Dário Teixeira
Franscisco Perdigão
João Vaccari Neto
Léo Pinheiro
José Diniz
José Rezende
Júlio Camargo
Lucélio Góes
Luiz Almeida
Mario Góes
Marcus Teixeira
Mateus Coutinho
Paulo Roberto Costa
Pedro Barusco
Renato Duque
Renato Siqueira
Rogério Cunha
Sérgio Mendes
Sonia Branco
Vicente Carvalho
Waldomiro Oliveira
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