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MP denuncia Pablo Marçal por expor pessoas ao perigo em montanha de 2.400 m

Ex-coach conduziu grupo de 32 pessoas ao Pico dos Marins depois de contrariar alertas, em 2022; promotoria propôs acordo com pagamento de R$ 273 mil para encerrar processo

Pablo Marçal: Ex-coach conduziu grupo de 32 pessoas ao Pico dos Marins após contrariar alertas (Redes Sociais/Divulgação)

Pablo Marçal: Ex-coach conduziu grupo de 32 pessoas ao Pico dos Marins após contrariar alertas (Redes Sociais/Divulgação)

Agência o Globo
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Publicado em 28 de março de 2025 às 15h36.

Última atualização em 28 de março de 2025 às 15h42.

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Pablo Marçal (PRTB), terceiro colocado na eleição à prefeitura da capital paulista em 2024, foi denunciado por expor a vida de pessoas ao perigo direto e iminente, informou o Ministério Público de São Paulo (MPSP) nesta sexta-feira, 28

A acusação foi motivada pela incursão liderada pelo empresário e ex-coach nos dias 4 e 5 de janeiro de 2022, quando ele esteve à frente de um grupo de 60 pessoas que tentou chegar ao topo do Pico dos Marins, na Serra da Mantiqueira, contrariando alertas sobre condições climáticas adversas.

A Promotoria de Justiça de Piquete, no entanto, propôs uma transação penal para encerrar o processo judicial. A medida está prevista em lei e é ofertada em casos de crimes de menor potencial ofensivo, prevendo pena inferior a dois anos. A condição para o acordo é o pagamento de 180 salários mínimos, que equivalem a R$ 273.240,00.

O crime de expor "a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente" está previsto no artigo 132 do Código Penal, com pena de detenção de três meses a um ano.

'Pior ano da sua vida'

A atividade capitaneada por Marçal fazia parte de um curso vendido por ele sob o nome de "O pior ano da sua vida". De acordo com o MPSP, o empresário desprezou a contraindicação dos guias e promoveu a subida ao Pico dos Marins mesmo com as advertências para recuar. A investida ocorreu fora da época recomendada, sem qualquer preparo e também sem equipamentos necessários para a trilha.

"Entretanto, na medida em que subiam a trilha rumo ao cume, a chuva aumentou, exsurgindo significativa neblina e vento forte, com pouca visibilidade, o que tornava o trajeto inóspito, permeado de lama e pedras escorregadias, afora o risco de hipotermia (algumas pessoas estavam com as vestimentas encharcadas sem peças de troca)", diz trecho da denúncia assinada pela promotora Renata Zaros.

O Corpo de Bombeiros precisou intervir, numa operação que durou 9 horas para resgatar 32 pessoas. O restante desistiu, no meio do caminho, de subir a montanha.

Chamou o guia de 'covarde'

Durante a subida, prossegue a promotora, Marçal chegou a desdenhar de um guia contratado por ele que alertou sobre a inviabilidade de prosseguir subindo a montanha em condições adversas. "Contudo, o denunciado desdenhou dos avisos e chamou o guia de 'covarde', conclamando aos presentes que o seguissem", afirma.

Após essa discussão, parte da excursão desistiu e 32 pessoas acompanharam Marçal na subida. O resgate aconteceu em uma madrugada de chuva e rajadas de vento. A ação dos bombeiros ocorreu sob protestos de Marçal.

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