Brasil

MP da conta de luz corre o risco de caducar

A MP vence no dia 16 de setembro, uma segunda-feira, e teria que ser votada, no máximo, até esta quinta-feira


	Congresso Nacional: ainda que a Câmara consiga aprovar a MP na terça, já terá ultrapassado o prazo determinado pelos senadores
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Congresso Nacional: ainda que a Câmara consiga aprovar a MP na terça, já terá ultrapassado o prazo determinado pelos senadores (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2013 às 14h53.

Brasília - A Medida Provisória 615, que agrupa mais de 15 temas, entre eles o Programa de Recuperação Fiscal (Refis) da Crise, corre risco de perder o prazo. A MP vence no dia 16 de setembro, uma segunda-feira. Como tradicionalmente não há quórum para votações às segundas e sextas, a medida provisória deveria ser apreciada na Câmara, no máximo, até esta quinta, 5, permitindo que o assunto seguisse para o Senado.

Esse risco de a MP perder a validade ocorre porque em maio passado, diante do prazo apertado para avaliar a MP dos Portos, o Senado decidiu que não analisaria MPs que chegassem à Casa com menos de sete dias. Como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) se recusa a abrir mão desse prazo, o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), estuda adotar a mesma determinação.

"Há um pedido para que nós não coloquemos em consideração aquela regra que não é minha, é do plenário do Senado, de que nós não apreciaremos medida provisória que chegue com menos de sete dias. É uma decisão da Casa e eu não posso substituir a Casa, revogando uma decisão dessa. Nós não vamos recuar. Senão desmoraliza", destacou Calheiros, ao chegar ao Senado.

Nesta quarta, 4, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) fez um apelo a Calheiros para que ele reconsiderasse o prazo de sete dias antes do vencimento do prazo da MP 615. A proposta foi votada na Comissão Especial criada para apreciá-la na tarde de terça-feira, mas só chegou para apreciação dos deputados às 13h20 de quarta, conforme destacou Alves.

Em uma tentativa de não derrubar a MP, Henrique Alves convocou para a manhã desta quinta a sessão em que ela seria votada. Sem acordo, contudo, a sessão foi remarcada para a tarde da próxima segunda-feira, 9. Lideranças, no entanto, já pressionam para que a apreciação da medida seja só na terça, 10. Ainda que a Câmara consiga aprovar a MP na terça, já terá ultrapassado o prazo determinado pelos senadores.

"Precisamos aperfeiçoar o bicameralismo no Brasil, e a Câmara terá o prazo que ela quiser para apreciar Medida Provisória. Basta votar a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que o Senado já votou, e que redefine esses prazos, para que ela tenha o prazo que desejar e que for preciso para apreciar essas medidas. O que não pode é a medida chegar para tramitar no Senado com menos de sete dias", afirmou Calheiros.

Com a recusa do presidente do Senado em abrir mão do prazo, Alves estuda adotar a mesma determinação na Câmara. Neste caso, as comissões especiais mistas que são instaladas no Congresso, sempre que uma Medida Provisória é recebida, terão de apreciá-las até duas semanas antes de caducarem. Dessa forma, a Câmara teria sete dias para apreciação e o Senado, mais sete.

A MP 615 foi editada, inicialmente, para conceder subvenção econômica a produtores de cana-de-açúcar, e depois foi agregando temas diversos, desde o Refis da Crise a poderes para o Banco Central para regular todo o setor de pagamentos; além de autorização para que a União possa emitir, em favor da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), títulos da Dívida Pública Federal, o que, indiretamente, garante o desconto nas tarifas de energia elétrica. O governo federal já emitiu cerca de R$ 4 bilhões em títulos em favor da CDE desde que a MP foi publicada, sendo que a última emissão foi esta semana.

Acompanhe tudo sobre:CongressoLegislaçãoPolítica

Mais de Brasil

Preços dos alimentos cairão mais nas próximas semanas, diz ministro

Governo manda ONS tomar medidas para diminuir 'desligamentos' de parques eólicos e solares

Tribunal de Justiça de São Paulo mantém proibição de moto por aplicativo na capital

Conselho de Ética da Câmara aprova parecer pela cassação de Glauber Braga, que promete greve de fome