Brasil

MP congelou 1 bi de euros desviados da Petrobras, diz Janot

Até aqui foram realizadas 600 perquisições e abertos seis procedimentos civis por improbidade administrativa contra 34 pessoas físicas e 16 pessoas jurídicas


	Rodrigo Janot: "eu ressalto que, neste momento, o Brasil segue o caminho do combate à corrupção"
 (Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

Rodrigo Janot: "eu ressalto que, neste momento, o Brasil segue o caminho do combate à corrupção" (Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de março de 2016 às 13h58.

Paris - Graças à cooperação jurídica internacional, o Ministério Público Federal conseguiu congelar cerca de 1 bilhão de euros em recursos desviados para o exterior durante o escândalo da Petrobras, repatriando até aqui 200 milhões de euros.

Os números foram apresentados nesta quarta-feira, dia 16, pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, durante evento sobre o combate à corrupção transnacional realizado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), em Paris.

Janot discursou no início da tarde, pelo horário francês, quando apresentou os últimos números atualizados, "uma estimativa de 15 dias atrás".

Até aqui foram realizadas 600 perquisições e abertos seis procedimentos civis por improbidade administrativa contra 34 pessoas físicas e 16 pessoas jurídicas - em um total de 200 acusados, dos quais 137 presos. Contra essas empresas, pesa um pedido de indenização de 5,5 bilhões de euros, segundo informou o procurador-geral.

No plano da cooperação internacional, a investigação resultou em 103 pedidos de ajuda internacional do Brasil em relação a outros países, que resultaram na formação de duas equipes binacionais, com a Suíça e a Itália.

De um total de 49 acordos de colaboração firmados na Justiça resultaram o congelamento de 1 bilhão de euros em divisas enviadas de forma ilegal ao exterior. Deste valor, foram repatriados até aqui cerca de € 200 milhões, conforme Janot.

Constam, ainda, no balanço apresentado, 44 processos penais, das quais 17 resultaram na condenação em primeira instância de 84 acusados por crimes de fraude fiscal, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. O somatório de penas chega a 825 anos de cadeia para os envolvidos.

"Nós entramos em contato com vários países em razão da existência de indícios sólidos (envolvendo) empresas estrangeiras no crime de corrupção contra a Petrobras", afirmou Janot em seu discurso, que terminou por uma frase de efeito: "Eu ressalto que, neste momento, o Brasil segue o caminho do combate à corrupção".

Após seu discurso, Janot deixou a sede da OCDE com seus assessores em direção ao aeroporto, de onde parte para Berna, na Suíça. Nessa quinta-feira, 17, a equipe da Procuradoria Geral da República (PGR) tem reuniões com o procurador-geral suíço, Michael Lauber.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCombustíveisEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasIndústria do petróleoOCDEPetrobrasPetróleoRodrigo Janot

Mais de Brasil

Bolsonaro nega participação em trama golpista e admite possibilidade de ser preso a qualquer momento

Haddad: pacote de medidas de corte de gastos está pronto e será divulgado nesta semana

Dino determina que cemitérios cobrem valores anteriores à privatização

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos