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MP bloqueia R$ 544 mi de empreiteiras e denuncia 13 acusados

O Ministério Público Federal anunciou o bloqueio de R$ 544 milhões de empreiteiras e empresas citadas no esquema de corrupção investigado pela Lava Jato


	Operação Lava Jato: 13 pessoas foram acusadas nesta fase da investigação, entre eles quatro ex-deputados federais
 (Divulgação / Polícia Federal)

Operação Lava Jato: 13 pessoas foram acusadas nesta fase da investigação, entre eles quatro ex-deputados federais (Divulgação / Polícia Federal)

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Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2015 às 20h29.

O Ministério Público Federal anunciou nesta quinta-feira as primeiras denúncias contra acusados de integrarem o "núcleo político" da Operação Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de corrupção na Petrobras, ao denunciar à Justiça 13 pessoas, entre elas quatro ex-deputados federais.

Em entrevista coletiva em Curitiba, procuradores que integram a força-tarefa da Lava Jato também fizeram um balanço da operação até aqui, que apontou cifras bilionárias, entre elas, os 6,7 bilhões de reais de reparação pedida pelo MPF e os 2,5 bilhões de reais já devolvidos ou bloqueados.

Além disso, o Ministério Público anunciou que estima que 6,19 bilhões de reais em propinas foram pagas no esquema, que envolveu funcionários da Petrobras, empreiteiras, operadores, além de políticos e partidos.

Na entrevista, o procurador Deltan Dallagnol também anunciou uma decisão judicial que determinou o bloqueio de 544 milhões de reais pertencentes a empresas e empreiteiras acusadas de envolvimento no esquema.

"Tomamos conhecimento de decisões determinando bloqueio de 241 milhões de reais da propriedade da Camargo Corrêa e da Sanko... e 302 milhões de reais relativos à Galvão Engenharia", exemplificou Dallagnol.

O MP anunciou denúncias contra 13 pessoas, entre elas os ex-deputados federais André Vargas, atualmente sem partido, mas que já pertenceu ao PT e exerceu mandato pelo Paraná; Pedro Corrêa (PP-PE), Aline Corrêa (PP-SP) e Luiz Argôlo (SD-BA), por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro, formação de organização criminosa e peculato.

Vargas, Argôlo e Pedro Corrêa foram presos há cerca de um mês pela Polícia Federal na 11ª fase da Lava Jato, que investiga irregularidades em contratos de publicidade com a Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde. [nL2N0X72B3]

Apesar das primeiras denúncias contra acusados de envolvimento na Lava Jato que saem do âmbito da Petrobras, Dallagnol evitou falar em eventuais novas acusações envolvendo recursos públicos na área de publicidade.

"Ainda é cedo para falar em uma investigação muito geral na área de publicidade", disse, acrescentando que os procuradores ainda analisam alguns pagamentos apontados nas investigações, que serão aprofundadas.

Dallagnol assegurou ainda, sem dar detalhes, que novos "pacotes" de denúncias relacionados à Lava Jato serão feitos e que algumas dessas denúncias deverão envolver agentes políticos.

O Supremo Tribunal Federal (STF) já autorizou investigações contra 47 políticos com ou sem mandato por indícios de envolvimento nas irregularidades apuradas pela Lava Jato.

Entre os investigados estão os presidentes da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Os dois negam qualquer participação no esquema.

Todas as investigações envolvendo políticos que têm prerrogativa de foro privilegiados precisam ser autorizadas pelo STF, onde eventuais denúncias e julgamentos dessas pessoas também deve ser realizadas.

As denúncias feitas nesta quinta pelo MPF serão agora analisadas pela Justiça Federal do Paraná, que terá de decidir se abre ou não processo e transforma os denunciados em réus.

*Texto atualizado às 20h29

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