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Movimentos sociais e petistas sobem o tom e sugerem ruptura

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) declarou que o caminho para combater o que chamou de golpe não é institucional

Ato pró-Lula: Guilherme Boulos afirmou que "passaram dos limites" com a condenação (Leonardo Benassatto/Reuters)

Ato pró-Lula: Guilherme Boulos afirmou que "passaram dos limites" com a condenação (Leonardo Benassatto/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de janeiro de 2018 às 21h36.

São Paulo - Após a conclusão do julgamento do recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), nesta quarta-feira, 24, movimentos sociais e militantes pró-Lula passaram a empregar um discurso de ruptura, em protesto contra a condenação do ex-mandatário.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) declarou que o caminho para combater o que chamou de golpe não é institucional, mas, sim, o enfrentamento nas ruas. "Hoje acabaram com a democracia no Brasil e com pacto da Constituição de 88 de respeitar eleições livres", disse. "Querem tirar um representante do povo que lidera todas as pesquisas."

O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, afirmou que "passaram dos limites" com a condenação. "Eles ultrapassaram uma linha vermelha. Sempre que o andar de cima fecha as portas da democracia, as portas dos canais institucionais, leva o povo à radicalização e deixam a rua como única alternativa. Não há espaço para hesitação nem recuo. É preciso permanecer nas ruas e dar a resposta", declarou.

Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, a condenação de Lula na segunda instância foi "irresponsável" e "coloca o Brasil em processo de convulsão social". "[Esta] É uma absoluta atitude de irresponsabilidade, construindo enfrentamento conosco, porque não aceitaremos que eles venham a impedir a candidatura de Lula", disse o líder sindical. "É ilegal e inconstitucional e vamos derrubar isso na rua, contra o poder da toga. Fique claro isso: eles que não venham achar que não haverá resistência popular, porque é a resistência popular que consegue manter a democracia. Lula é o nosso candidato", reforçou Freitas.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou em ato pró-Lula que indignação e revolta são as palavras que vêm à sua cabeça quando pensa na condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Essa sentença rasgou mais uma vez a Constituição", disse a senadora, que classificou a sentença como corporativa para proteger o juiz Sérgio Moro.

Ela prometeu montar uma frente de centro-esquerda pela democracia. "Vamos para a luta."

Gleisi pediu para as pessoas pendurarem uma bandeira vermelha nas janelas junto com a bandeira do Brasil. "Ou reagimos para proteger a democracia ou vão passar por cima de nós."

Na tarde desta quarta, integrantes da Frente Povo Sem Medo - que congrega entidades ligadas aos movimentos sociais - atearam fogo em pneus em importantes rodovias que dão acesso à cidade de São Paulo - Imigrantes, Régis Bittencourt e Presidente Dutra - no final da tarde desta quarta-feira, 24, interrompendo o trânsito nos dois sentidos das três vias.

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