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Movimento negro pedem cotas na USP e desaprova bônus

Estudantes da USP e membros do movimento negro protestaram hoje (2) em favor da adoção de cotas nas vagas da universidade para pretos, pardos e indígenas


	A USP aprovou hoje a meta, para até 2018, de que 50% das vagas de seus cursos, em cada turno, sejam preenchidas por alunos com ensino médio feito integralmente em escolas públicas
 (EXAME.com)

A USP aprovou hoje a meta, para até 2018, de que 50% das vagas de seus cursos, em cada turno, sejam preenchidas por alunos com ensino médio feito integralmente em escolas públicas (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 2 de julho de 2013 às 23h17.

São Paulo – Estudantes da Universidade de São Paulo (USP) e membros do movimento negro protestaram hoje (2) em favor da adoção de cotas nas vagas da universidade para pretos, pardos e indígenas. O grupo fez um ato em frente ao prédio da administração da universidade onde o Conselho Universitário (CO) decidiu aprovar a implementação de novas medidas de inclusão social  no vestibular da instituição.

“Mais uma vez a USP demonstra que não quer discutir cotas. Todos os projetos que eles dizem ser para incluir a população pobre e preta não é cotas. A gente exige cotas, que é reserva de vagas. Ou seja, garantia de que vai ter população pobre e preta aqui dentro”, destacou Valéria Couto da Silva, estudante e membro do Núcleo de Consciência Negra da USP.

O Conselho Universitário (CO) da USP aprovou hoje a meta, para ser atingida até 2018, de que 50% das vagas de seus cursos, em cada turno, sejam preenchidas por alunos que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas.

Dos 50% oriundos de escolas estaduais, o percentual de pretos, pardos e indígenas deverá atingir o percentual verificado pelo último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As medidas já valem para o próximo vestibular. Até agora, o grupo não tinha bônus para o ingresso na universidade.

“A proposta para a gente é uma falsa inclusão. Esse processo não inclui nem a população pobre nem a população negra, isso só prejudica o debate. Não só os estudantes da USP, mas todo o movimento negro, que está apoiando essa manifestação, defendemos a cota racial”, destacou Cipriano Filho, da Uniafro Brasil.

Sobre os novos bônus, o conselho criou um bônus que pode elevar a nota em até 5% – a depender do resultado obtido na prova – dos vestibulandos que se declararem pretos, pardos ou indígenas e tenham cursado integralmente o ensino básico em escolas públicas, e aumentou de 8% para 12% a bonificação na nota dos alunos que tenham cursado o ensino médio em escola pública; elevou de 8% para 15% a bonificação dos candidatos que fizeram o ensino fundamental e integralmente o ensino médio na rede pública.

Também aumentou de 15% para 20% o bônus para o aluno que cursou integralmente o ensino fundamental na rede pública e o segundo e terceiro anos do ensino médio em escolas públicas.


Assim, o aluno preto, pardo e indígena que tiver cursado integralmente o ensino fundamental na rede pública e o segundo e terceiro anos do ensino médio em escolas públicas pode chegar a ter até 25% de sua nota do vestibular aumentada pelos bônus recebidos, a depender do seu desempenho na prova.

“O núcleo de consciência negra pauta essa questão há mais de 20 anos dentro da universidade e nunca a universidade tinha sequer citado a palavra raça ou negro em algum documento interno relacionado a seleção de estudantes.

Por esse aspecto, pela primeira vez, a USP admite que exite uma dívida histórica com o povo negro e por isso a existência desses tímidos 5%”, disse o representante dos estudantes de pós-graduação no Conselho Universitário, Leandro Salvático.

Em contrapartida a proposta da USP, o movimento negro propôs um projeto de lei à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo que prevê cotas para as vagas da universidade: 25% para população que se declara negra, parda e indígena; 20% para oriundos da escola pública; e 5% para pessoas com alguma deficiência.

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