Brasil

Movimento de insatisfeitos não é contra Dilma, diz Alves

Para presidente da Câmara, movimento serve para fortalecer as siglas, que apoiam a reeleição de Dilma, apesar das reclamações


	Henrique Alves: "é (para) fortalecer os partidos via bancadas. No Brasil de hoje você fortalece partidos não com programas eleitorais periódicos, mas com atuação de bancadas"
 (Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)

Henrique Alves: "é (para) fortalecer os partidos via bancadas. No Brasil de hoje você fortalece partidos não com programas eleitorais periódicos, mas com atuação de bancadas" (Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2014 às 17h01.

Brasília - A movimentação de deputados da base para formar um bloco e pressionar o governo em votações na Câmara e também com demandas dos parlamentares não é "contra" a presidente Dilma Rousseff, disse nesta terça-feira o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

Para Henrique Alves, integrante do PMDB, segunda maior bancada da Câmara e partido que lidera a ala dos insatisfeitos com a articulação com o governo, o movimento serve para fortalecer as siglas, que apoiam a reeleição de Dilma, apesar das reclamações.

"O movimento não é contra Dilma", disse o presidente a jornalistas. "É (para) fortalecer os partidos via bancadas. No Brasil de hoje você fortalece partidos não com programas eleitorais periódicos, mas com atuação de bancadas." Em reunião na segunda-feira com a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, o vice-presidente Michel Temer e lideranças aliadas na Câmara, os parlamentares expuseram as queixas.

Reclamam, principalmente, da uma falta de articulação do governo, liberação de emendas parlamentares remanescentes do ano passado e também mencionaram o clima tenso por conta das mudanças ministeriais que Dilma tem promovido para acomodar a base.

Pauta Trancada

A aproximação do período eleitoral também contamina o ambiente, e deputados expressaram sua necessidade de fazer andar a pauta da Casa, trancada desde o ano passado.

O Marco Civil da Internet, que trava as votações desde outubro e 2013, é considerado prioritário pelo governo, após as denúncias de que agência norte-americana de inteligência teria espionado dados de cidadãos, empresas e do governo brasileiro.

Embora impeça a análise de outras matérias, ainda não foi votado por falta de acordo, principalmente por parte do PMDB, que não concorda com ponto considerado essencial pelo governo na proposta, a chamada neutralidade da rede, princípio prevê que as operadoras de telecomunicações tratem todos os dados de maneira igualitária, sem distinção entre serviços online.

"O que está havendo é uma insatisfação muito grande porque a pauta está trancada há quatro meses. Estamos sem legislar", afirmou Henrique Alves.

Na reunião de segunda-feira o governo mobilizou-se e colocou à disposição pelo menos uma dúzia de ministros para atenderem aos deputados e suas demandas. E já nesta terça-feira, líderes da base começaram discussão sobre uma pauta estratégica para ser votada no primeiro semestre na Câmara. O governo comprometeu-se ainda a honrar o acordo sobre liberação das emendas parlamentares.

Ainda assim, embora líderes tenham reconhecido uma disposição do governo de dialogar, integrantes da ala insatisfeita decidiram reunir-se nesta segunda na casa do líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Segundo o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), não há perspectiva de o governo retirar o regime de urgência sob o qual tramita o projeto do marco civil -é justamente por conta dessa tramitação especial que a proposta trava a pauta de votações.

O líder acredita ainda que o projeto não deve ser votado nesta terça-feira, uma vez que não há acordo e o quórum da Casa pode ser afetado pela proximidade do Carnaval.

"Um tema desse, na minha opinião, tem que ser votado com a Casa cheia, senão você distorce o resultado", afirmou Chinaglia.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosGoverno DilmaHenrique AlvesMDB – Movimento Democrático BrasileiroOposição políticaPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas