Brasil

Mourão sobre ser vice de Bolsonaro em 2022: "Estou trabalhando para isso"

Caso o presidente escolha outra pessoa para compor a chapa na próxima eleição, Mourão afirma que não vai "sair chorando, de beicinho"

Hamilton Mourão (esq.) com Jair Bolsonaro: vice diz que quer continuar no governo para deixar o país num rumo com "políticas de Estado bem traçadas" (Adriano Machado/Reuters)

Hamilton Mourão (esq.) com Jair Bolsonaro: vice diz que quer continuar no governo para deixar o país num rumo com "políticas de Estado bem traçadas" (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de setembro de 2020 às 15h04.

O vice-presidente Hamilton Mourão foi enfático ao declarar que gostaria de concorrer, novamente, numa chapa Bolsonaro-Mourão em 2022, em entrevista à CNN Brasil na noite deste sábado, 12. "Estou trabalhando pra isso. Venho apoiando todas as iniciativas do presidente, venho procurando facilitar o caminho dele, sendo leal para todas as coisas que ele necessita", disse. "Se ele desejar minha companhia para 2022, marcharemos de passo certo."

Mourão comentou que gostaria de continuar no governo porque isso seria uma forma de prolongar a tarefa de "assentar as bases para que o Brasil tenha um futuro melhor". "Se a gente conseguir terminar todas as reformas que têm de ser feitas de forma que a gente livre o país de toda essa carga que tem de ser retirada, de excesso de tributação, de questão administrativa, que custam muito à nação... A gente conseguindo fazer tudo isso, deixaria o país num rumo com políticas de Estado bem traçadas."

De outro modo, Mourão comentou que se Bolsonaro escolher outra pessoa para compor a chapa com ele em 2022, "isso compete a ele". "Não vou sair chorando, de beicinho. Não é assim que funciona. Se ele quiser escolher (outra pessoa), é Brasil. Vamos em frente."

Em relação à disputa direita-esquerda nas eleições, Mourão avaliou que, no campo da direita, Bolsonaro "nada de braçada e nisso ele está tranquilo". Entretanto, o vice disse "não ter dúvidas" de que a esquerda vai tentar construir uma candidatura viável, que "hoje não tem", declarou. "Mas a esquerda tem 25% do eleitorado que vota nela." Sobre o ex-juiz Sergio Moro, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Mourão acredita que ele terá "um longo caminho pela frente" caso queira se candidatar à presidência. "Ele vai ter de se filiar a um partido... Tem um longo caminho. E se manter no imaginário popular ao combate à corrupção. Temos de aguardar o desenrolar das ações, mas de maneira geral é um nome que sempre é lembrado por parcela da população."

Mourão acredita que as eleições municipais este ano servirão como um bom "termômetro" do que vai emergir em 2022 e afirmou que, "dentro dos limites da lei (eleitoral)", deve apoiar os candidatos do seu partido, o PRTB.

A CNN Brasil indagou Mourão também sobre o ex-assessor da família Bolsonaro Fabrício Queiroz, suspeito de participar de esquemas de "rachadinha" no Rio de Janeiro. "Este assunto está sendo investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e temos de aguardar o processo", disse Mourão. "Porque tudo o que temos recebido até agora são vazamentos, já que é um processo que corre em segredo de Justiça. Temos vazamentos pra todo lado." Por isso, Mourão disse preferir aguardar que o processo se desenrole. "Esse episódio é uma coisa que está restrita a um dos filhos do presidente (Flávio Bolsonaro) e, óbvio, uma coisa que atinge sua família é uma coisa que complica. Mas para nós não tem nada a ver. É uma questão particular da família do presidente."

Mourão declarou também que o presidente Jair Bolsonaro "guarda a sete chaves" o nome que indicará para a vaga do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, que se aposenta em novembro. "Isso é um segredo que está nas mãos do presidente e, pelo que eu sei, guardado a sete chaves." Para o vice, porém, o indicado ao STF deveria "ser um jurista de notável saber".

Acompanhe tudo sobre:Eleições 2020Hamilton MourãoJair BolsonaroSergio Moro

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022