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Mourão diz que Ford poderia ter esperado para sair do Brasil

O vice-presidente reforçou que a empresa poderia ter esperado mais até que o mercado brasileiro se recuperasse

Mourão: "A gente entende que no mundo inteiro a empresa está passando por problemas" (Adriano Machado/Reuters)

Mourão: "A gente entende que no mundo inteiro a empresa está passando por problemas" (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de janeiro de 2021 às 13h14.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, avaliou nesta terça-feira, 12, que os argumentos da Ford para deixar de produzir carros no País foram "meio fracos". A empresa comunicou na segunda-feira, 11, o fechamento de três fábricas no País. O vice-presidente reforçou que a empresa poderia ter esperado mais até que o mercado brasileiro se recuperasse.

Em conversa com jornalistas na manhã desta terça, ele reconheceu as dificuldades enfrentadas pela Ford e pelo setor automobilístico, mas avaliou que o mercado brasileiro teria condições de se recuperar. Na segunda-feira, o vice-presidente já havia comentado o assunto e avaliado que o anúncio da empresa não era uma "notícia boa".

No período da manhã, Mourão repetiu que a Ford ganhou "bastante dinheiro" no Brasil e destacou que ela recebeu incentivos ao longo dos 100 anos de atuação no País.

"A gente entende que no mundo inteiro a empresa está passando por problemas. A indústria automobilística está passando por problemas. Está havendo uma mudança", disse na chegada à Vice-Presidência.

Argentina

Mourão também comentou a decisão da empresa de manter a fabricação da Ranger na Argentina. Na sua visão, o País vizinho tem problemas, apesar de ser uma economia dolarizada. "Acho que nosso mercado tem plenas condições de assimilar, vamos dizer assim, a partir do momento que se retomar a economia de uma forma normal. Vai fabricar na Argentina? Eu acho que os argumentos que ela colocou são meio fracos", declarou.

Reforma tributária

O vice-presidente citou ainda que a reforma tributária teria impacto na retomada econômica do País. "A reforma tributária é um aspecto disso, tem essa questão do Custo Brasil. Mas ela (Ford) está fabricando em um País que tem problemas, que é a Argentina. Apesar de ser uma economia dolarizada, e de acordo com quem entende mais do assunto, isso favorece a atividade de uma empresa dessa natureza", ponderou.

"Anos de perdas significativas"

No comunicado divulgado na segunda-feira, a Ford destacou "anos de perdas significativas no Brasil", intensificadas pela pandemia da covid-19, como um dos motivos para o fim da produção no Brasil.

A empresa fechará suas fábricas em Camaçari (BA), onde produz os modelos EcoSport e Ka, em Taubaté (SP), que produz motores, e em Horizonte (CE), onde são montados os jipes da marca Troller.

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