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Mourão defende reforma política para acabar com "proliferação de partidos"

Vice-presidente da República disse ser favorável à adoção do voto distrital e ao barateamento do sistema de legendas no Brasil

Mourão: vice-presidente falou em evento com empresários em São Paulo (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Mourão: vice-presidente falou em evento com empresários em São Paulo (Tomaz Silva/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de julho de 2019 às 16h46.

Última atualização em 16 de julho de 2019 às 17h19.

O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB), defendeu nesta terça-feira, 16, uma reforma política para acabar com a "proliferação de partidos" e disse ser favorável à adoção do sistema de voto distrital.

"É mais necessário do que nunca que o partido político realmente seja o transmissor das ideias da sociedade. A sociedade hoje na maioria das vezes não se vê representada", afirmou Mourão em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação, sugerindo a diminuição do número de legendas e o barateamento do sistema.

As declarações foram dadas em São Paulo após uma palestra com cerca de 300 empresários e representantes de entidades patronais e sindicais no Hotel Unique, na zona sul da capital paulista, onde foi lançado o Instituto Brasil 200.

O vice afirmou ser "francamente favorável" ao voto distrital para aproximar o eleitor do seu eleito. Segundo ele, isso também faria os partidos se fortalecerem e aumentaria a identificação entre representante e representado. O jornal O Estado de S. Paulo mostrou no sábado, 13, que um grupo de trabalho do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) propôs à Câmara adotar já em 2020 o sistema distrital misto em cidades com mais de 200 mil habitantes.

Questionado sobre como aprovar uma reforma política no Congresso Nacional, Mourão disse que há três pontos. "Política é uma trilogia: clareza porque todos têm que entender, não só os congressistas; determinação, para poder levar adiante isso aí, e paciência, porque o jogo político é paciência".

Gestão "desastrosa"

Mourão afirmou que a gestão econômica do País nos últimos 15 anos foi "desastrosa" e que o trio "incompetência, má gestão e corrupção" andou de mãos dadas em Brasília.

"A gestão econômica dos últimos 15, 16 anos, foi desastrosa por ter sido mal feita, por ter gente incompetente como timoneiro e, pior ainda, por ter sido assaltada pela corrupção. Esse trio incompetência, má gestão e corrupção infelizmente andou de braços dados ali na Esplanada dos Ministérios", criticou o vice-presidente em alusão aos governos Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer.

O vice-presidente também defendeu uma relação pragmática nas relações internacionais. "Em relações internacionais, as amizades são entre Estados e não entre governos. Os interesses dos Estados ora coincidem, ora não. Temos que ter visão pragmática na parte de relações internacionais", disse ele, sem falar especificamente sobre o caso.

Nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro tem sido criticado por ter tornado pública a intenção de nomear para a Embaixada em Washington (EUA) o filho, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). A ideia foi criticada inclusive por antigos ocupantes do cargo, como os ex-embaixadores Rubens Ricupero e Marcílio Marques Moreira.

Hamilton Mourão elogiou o presidente Jair Bolsonaro em diversos momentos de sua palestra de quase uma hora para 400 empresários. Também defendeu transformar o Brasil na "maior, mais vibrante e mais próspera democracia liberal do Hemisfério Sul". Mostrando mapas, disse que o Brasil deve ser a grande civilização ao Sul do Equador.

O vice-presidente também criticou a Organização das Nações Unidas em seu discurso. "A ONU hoje, como Conselho de Segurança que ainda representa a ordem que terminou naquele conflito 2ª Guerra Mundial, se tornou anacrônica, não resolve o que está acontecendo no mundo", afirmou.

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