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Caminhoneiros suspendem bloqueios de estradas

Segundo o presidente do Movimento União Brasil Caminhoneiro, as estradas serão desbloqueadas, mas os motoristas continuarão mobilizados e podem fazer paralisações


	Caminhões: os motoristas reivindicam a redução no preço dos pedágios e do óleo diesel, mais segurança para os caminhoneiros e mudanças na lei que regulamenta a profissão
 (RICARDO ROLLO/QUATRO RODAS)

Caminhões: os motoristas reivindicam a redução no preço dos pedágios e do óleo diesel, mais segurança para os caminhoneiros e mudanças na lei que regulamenta a profissão (RICARDO ROLLO/QUATRO RODAS)

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Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2013 às 09h30.

São Paulo - Após reação do governo federal, que mandou prender quem interditasse rodovias, e a morte de cinco pessoas durante manifestações, o Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC) decidiu acabar com os bloqueios que atingiram estradas de nove Estados desde segunda-feira, 1.

Segundo o presidente do MUBC, Nélio Botelho, em entrevista nesta quinta-feira ao portal O Globo, as estradas serão desbloqueadas, mas os motoristas continuarão mobilizados e podem fazer paralisações. "Se o governo não quer negociar e está mandando a polícia agir, temos de dançar conforme a música", disse.

Os motoristas reivindicam a redução no preço dos pedágios e do óleo diesel, mais segurança para os caminhoneiros que circulam à noite e mudanças na lei que regulamenta a profissão.

O movimento não tem apoio nem dos sindicatos que representam os trabalhadores de transportes nem daqueles que reúnem os empresários. Nesta quinta-feira à tarde, a Bahia era o único Estado que registrava protesto em rodovia.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) negociava com os caminhoneiros para que eles liberassem o tráfego na BR-116. Até as 21 horas, havia dois trechos bloqueados - no km 804 e entre o km 778 e o km 759.

Mortes

Nessa estrada, quatro pessoas morreram nesta quinta e seis ficaram feridas, duas delas em estado grave, em um acidente entre uma van e uma carreta que estava parada no acostamento, durante protesto dos caminhoneiros, na altura do município de Cândido Sales, no sul da Bahia.

As quatro vítimas morreram no local. Os feridos foram levados para um hospital em Vitória da Conquista. O motorista da van, que sofreu ferimentos leves, e o da carreta, que não ficou ferido, foram encaminhados à Delegacia de Cândido Sales, para prestar esclarecimentos.


A colisão ocorreu por volta das 5h30, segundo a PRF. A van seguia, com dez passageiros, do município de Gavião, no centro-norte baiano, em direção a São Paulo.

Nas proximidades do bloqueio feito por caminhoneiros no km 900 da rodovia, o motorista teria tentado seguir pelo acostamento, para não atrasar a viagem, e não conseguiu frear antes da colisão com uma carreta que estava parada na fila. De acordo com a PRF, havia neblina na região.

Pedra

No Rio Grande do Sul, o caminhoneiro Renato Kranlow, de 44 anos, morreu atingido por uma pedra depois de passar por uma manifestação da categoria na BR-116, em Cristal, no sul do Rio Grande do Sul, na noite desta quarta-feira, 3.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, ele teria sido agredido por manifestantes parados em um posto de combustível quando decidiu seguir viagem. Ferido por um soco no rosto, o motorista voltou a trafegar. Depois de rodar cerca de cinco quilômetros, o motorista perdeu o controle do veículo e saiu da pista.

Os policiais rodoviários encontraram o vidro dianteiro do caminhão quebrado e o condutor desacordado, com ferimentos no peito e no rosto, e deduziram que ele foi atingido por uma pedra atirada por alguém parada ao lado da pista ou de dentro de algum outro veículo.

O socorro médico foi acionado e constatou, logo ao chegar, que o motorista estava morto. A Polícia Civil vai investigar o caso.

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