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Motorista de carro alegórico se desculpa por acidente na Sapucaí

Alegoria entrou com dificuldades na avenida e, ao manobrar, atropelou 20 pessoas que estavam no setor de concentração da escola Paraíso do Tuiuti

Algumas pessoas foram espremidas pelo carro alegórico da escola contra a grade que separa a passarela do samba da arquibancada (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Algumas pessoas foram espremidas pelo carro alegórico da escola contra a grade que separa a passarela do samba da arquibancada (Fernando Frazão/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 1 de março de 2017 às 12h55.

Rio de Janeiro - A polícia do Rio de Janeiro realizou nesta quarta-feira uma reconstituição do acidente com um carro alegórico da escola de samba Paraíso do Tuiuti na Marquês de Sapucaí e o motorista da alegoria pediu desculpas às 20 pessoas que ficaram feridas no atropelamento, mas disse não ter tido culpa.

"Não quero culpar ninguém, mas não foi minha culpa. Só quero pedir desculpas às vítimas e às famílias", disse o motorista Francisco de Assis Lopes, em tom emocionado.

A reconstituição do acidente contou com a participação de integrantes da escola de samba, incluindo pessoas que ajudavam a guiar o carro alegórico durante o desfile na noite de domingo.

A alegoria entrou com dificuldades na avenida e, ao manobrar, atropelou 20 pessoas que estavam no setor de concentração da escola, no primeiro de dois acidentes com feridos no Carnaval deste ano.

Algumas pessoas foram espremidas pelo carro alegórico da escola contra a grade que separa a passarela do samba da arquibancada. Uma das hipóteses para o acidente é uma falha em uma roda da alegoria.

"Foi um trabalho bastante completo aqui, mas qualquer conclusão agora ainda é precitada", afirmou a jornalistas o delegado responsável pelo caso, William Lourenço, após a reconstituição.

"Já ouvimos pessoas e vamos ouvir mais gente que possa colaborar com a investigação. Vamos partir para oitivas e ouvir quem projetou o carro e quem trabalhou aqui no dia", acrescentou.

Segundo as investigações, o motorista Francisco de Assis Lopes tinha habilitação para dirigir caminhão, mas seria a primeira vez dele na Marquês de Sapucaí.

"Todos os motoristas vão ao barracão, conhecem os carros, são apresentados à alegoria e recebem as recomendações", disse o diretor da escola de samba Leandro Azevedo.

O Carnaval deste ano do grupo especial do Rio de Janeiro ficou marcado por graves acidentes. Além do atropelamento da alegoria da escola do Tuiuti, uma estrutura de um carro alegórico de três andares da Unidos da Tijuca desabou, deixando 12 pessoas feridas.

Um inquérito separado foi aberto para investigar esse acidente, e a conclusão inicial foi de que houve sobrecarga, de acordo com a polícia.

"Ouvimos o operador técnico do carro e o motivo do acidente foi excesso de peso, de acordo com uma perícia preliminar", disse a delegada Aparecida Mallet.

Do total de 32 feridos nos dois acidentes, cinco ainda permaneciam internados em hospitais do Rio nesta quarta-feira.

Diante dos problemas, a Liga Independente das Escola de Samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro (Liesa), as agremiações e outros órgãos como o Inmetro e Ministério Público vão se reunir ainda nesta semana para discutir a criação de normas técnicas para ampliar a segurança no desfiles.

Os acidentes foram os mais graves registrados ao longo de 33 anos de desfiles na Marquês de Sapucaí.

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