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Mortes em Roraima mostram falta de controle do governo, diz ONG

O massacre em um dos presídios de Roraima acontece quatro dias após a morte de 60 detentos em duas penitenciárias de Manaus

Roraima: a advogada Maria Laura Canineu, diretora no Brasil da Human Rights Watch, disse que as mortes "não são acidentais" (J Pavani/Reuters)

Roraima: a advogada Maria Laura Canineu, diretora no Brasil da Human Rights Watch, disse que as mortes "não são acidentais" (J Pavani/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de janeiro de 2017 às 15h26.

São Paulo - A morte de 33 presos na Penitenciária Agrícola de Boa Vista (PAMC), em Roraima, nesta sexta-feira, 6, demonstra mais uma vez a falta de controle das autoridades brasileiros sobre o que acontece dentro dos presídios, disse a ONG Human Rights Watch.

O massacre em Roraima acontece quatro dias após a morte de 60 detentos em duas penitenciárias de Manaus.

A advogada Maria Laura Canineu, diretora no Brasil da Human Rights Watch, disse que as mortes "não são acidentais".

"Resultam de décadas de negligência das autoridades brasileiras. O sistema prisional precisa de uma reforma estrutural profunda e urgente que passa pela ampliação das alternativas à prisão, garantia de assessoria jurídica para os presos e eliminação dos atrasos judiciais injustificados", disse em nota.

Ela disse ainda que é necessário que o Estado garanta a ressocialização por meio de programas educacionais e de trabalho, e cumpra a legislação internacional e nacional sobre a separação dos presos.

E ressalta que os episódios em Roraima e Manaus demonstram a necessidade de o país revisar sua "política retrógrada de drogas".

"Que resulta no encarceramento de milhares de pessoas por quantidades pequenas de drogas", concluiu Maria Laura.

A organização de direitos humanos tem trabalhado mais diretamente com as prisões brasileiras desde os assassinatos em série no Complexo de Pedrinhas, no Maranhão, em 2013.

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