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Metrô de SP: TCE cobra explicações da ViaMobilidade após morte de homem na Linha 5-Lilás

As causas do acidente ainda são investigadas pela Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom) e pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 7 de maio de 2025 às 17h06.

Última atualização em 7 de maio de 2025 às 17h46.

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) notificou a concessionária ViaMobilidade e a Secretaria de Parcerias em Investimentos do Governo do Estado de São Paulo sobre a morte de Lourivaldo Nepomuceno, de 35 anos.

O passageiro ficou preso entre as portas do trem e da plataforma da estação Campo Limpo, na Linha 5-Lilás do metrô de São Paulo. As causas da morte ainda são investigadas pela Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom), órgão da Polícia Civil responsável por investigar casos ocorridos nas dependências do metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), e pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp).

Segundo a TV Globo, Lourivaldo Nepomuceno, de 35 anos, tinha três filhos, era casado e trabalhava como promotor de vendas. Ele vivia com a família em Taboão da Serra, cidade da região metropolitana de São Paulo.

Na notificação, o conselheiro Dimas Ramalho pediu que a concessionária envie em até cinco dias úteis explicações sobre o incidente. Entre os documentos, é solicitado um relatório com informações sobre as circunstâncias em que ocorreu o acidente e as medidas realizadas de suporte para a família do passageiro.

Portas da estação Campo Limpo depois do acidente (à esq.); e vídeo de câmeras de segurança que captaram o momento da morte de Lourival Nepomuceno (Reprodução)

Ramalho também cobrou números de ocorrência do mesmo tipo e medidas de segurança para evitar situações semelhantes, além do valor investido pela ViaMobilidade no bem-estar dos passageiros.

A Secretaria de Parcerias em Investimentos também foi notificada para informar medidas contratuais e legais que adotou em relação ao caso.

Em nota, a ViaMobilidade manifestou "profundo pesar pela fatalidade" e disse que já realiza “diversas campanhas sobre embarque seguro” e que vai “intensificar os avisos sonoros e a comunicação visual nos trens e estações com essas recomendações de segurança”. A empresa informou que tem prioridade em oferecer o devido suporte para a família da vítima.

A Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), responsável pela concessão da Linha 5-Lilás, também fará uma apuração sobre a morte de Lourivaldo Nepomuceno. O órgão estatal informa que, conforme previsto em contrato, “um processo sancionatório deverá ser instaurado para apurar as circunstâncias do caso”.

O Sindicato dos Metroviários pediu que o caso fosse investigado e afirmou que a sociedade deve "cobrar a ViaMobilidade" sobre o funcionamento dos sensores das portas de plataforma da Linha 5-Lilás. A concessionária informou que no sistema adotado na linha as portas de segurança possuem sensores que detectam se as portas estão sendo obstruídas no momento do embarque e desembarque dos trens. Mas no pequeno espaço entre a plataforma e o trem, que aparece quando as portas se fecham, não existem sensores de presença.

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