Brasil

Morre criança que esperava liberação de canabidiol

A Anvisa determinou a abertura de uma investigação específica para apurar o caso


	Maconha: a agência liberou 3 de 9 pedidos para importação da substância
 (Desiree Martin/AFP)

Maconha: a agência liberou 3 de 9 pedidos para importação da substância (Desiree Martin/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2014 às 22h50.

Brasília - O primeiro paciente a receber autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para usar o canabidiol, substância derivada da maconha, morreu neste domingo em Brasília. Gustavo Barbosa Guedes, de 1 ano e 4 meses, tinha síndrome de Dravet, doença rara que provoca convulsões.

A mãe do menino, Camila Guedes, integrava um grupo de pais de pacientes que lutam para que a substância seja transferida para um rol de medicamentos de uso controlado. Na quinta-feira passada, a Anvisa discutiu o assunto, mas adiou a decisão para agosto. Camila acompanhou a reunião.

Integrantes do movimento afirmam que pacientes submetidos ao tratamento com canabidiol apresentam uma significativa redução do número de convulsões. Pais avaliam ainda que, com a liberação, haveria maior facilidade de médicos receitarem o produto.

Em entrevista concedida ao Estado na quinta, Camila afirmou que a maior dificuldade que enfrentou foi encontrar um profissional disposto a pedir o medicamento. Gustavo havia iniciado o tratamento há cerca de dez dias.

Os efeitos começam a ser notados depois de 45 dias de uso. Por mais de 40 dias, Camila aguardou a liberação para o uso da substância, que já vem sendo usada por pelo menos 20 brasileiros.

A Anvisa determinou a abertura de uma investigação específica para apurar o caso, uma vez que o produto foi importado por meio de uma autorização especial.

De acordo com a agência, a espera de familiares de Gustavo para obtenção do produto não foi provocada pela Anvisa. O pedido foi feito dia 9 de abril e a decisão, concedida dia 17 do mesmo mês.

Ainda de acordo com a Anvisa, a morte da criança não vai modificar a forma como a agência está lidando com o tema.

Enquanto a decisão da Anvisa sobre o canabidiol não é tomada, a avaliação sobre a importação do produto é feita caso a caso. Até o momento, a agência liberou três de nove pedidos para importação da substância, que nos EUA é vendida como suplemento alimentar.

Acompanhe tudo sobre:AnvisaMaconhaRemédiosSaúde no Brasil

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 23 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP