Brasil

Morosidade da Justiça interessa a alguém, diz ministra

A ministra Cármen Lúcia criticou o fato de um recurso poder ser apresentado ao Supremo diversas vezes, mesmo que a decisão se repita

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2015 às 14h09.

Rio de Janeiro - Em palestra sobre como melhorar a governança no Poder Judiciário, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, disse nesta quarta-feira, 13, que a "morosidade da Justiça interessa a alguém" e por isso é um problema que vem de longa data.

A ministra criticou o fato de um recurso poder ser apresentado ao Supremo diversas vezes, mesmo que a decisão do tribunal se repita.

"Estamos maquiando um Estado que já morreu. Não dá conta de responder à sociedade de maneira eficiente", afirmou. Sem o Estado, no entanto, disse a ministra, instala-se "a barbárie".

"A morosidade custa caro ao Poder Judiciário. É preciso acabar com a hipocrisia. Um processo que tem oito recursos no Supremo vai ser demorado", afirmou.

Cármen Lúcia citou dados do Conselho Nacional de Justiça, segundo o qual há 95 milhões de processos em andamento no País, o equivalente a um processo para cada 2,12 brasileiros. Ela lembrou que há 18 mil juízes no Brasil.

A ministra defendeu a tese de que é preciso "uma transformação e não uma reforma" no Poder Judiciário. "Não acho que estamos vivendo o pior momento do Judiciário nem de outros Poderes. Até porque estamos falando, discutindo", afirmou.

A palestra faz parte do terceiro dia do Fórum Nacional, organizado pelo ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso.

Acompanhe tudo sobre:Supremo Tribunal Federal (STF)Processos judiciais

Mais de Brasil

Opinião: Pacto pela primeira infância: investir em creches é construir o futuro do Brasil

Câmara aprova projeto que cria novos cargos comissionados no STJ

Câmara aprova urgência da proposta que amplia punições para quem obstruir trabalhos na Casa

Lula altera texto das big techs, prevê remoção de ofensas com ordem judicial e recua sobre fake news