Brasil

Moro vai discutir com Bolsonaro possibilidade de vetos ao pacote anticrime

Criação do juiz de garantias é um dos pontos que podem ser excluídos pelo presidente a pedido do ministro

Sergio Moro: ministro quer que alguns pontos do projeto aprovado pelo Congresso sejam barrados pelo presidente (Adriano Machado/Reuters)

Sergio Moro: ministro quer que alguns pontos do projeto aprovado pelo Congresso sejam barrados pelo presidente (Adriano Machado/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 12 de dezembro de 2019 às 19h14.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse nesta quinta-feira que vai debater com o presidente Jair Bolsonaro a possibilidade de que alguns pontos do pacote anticrime aprovado pelo Congresso sejam vetados. Moro não detalhou quais itens vai defender que sejam excluídos, mas interlocutores do ministro afirmam que a criação do juiz de garantias é um dos tópicos que ele deseja que não virem lei.

Ontem, o Senado aprovou a íntegra do texto do pacote anticrime que havia sido aprovado pela Câmara. Em discurso durante um evento de balanço das ações do ministério em 2019, o ministro fez um agradecimento ao Congresso, especialmente aos senadores, que avaliaram a matéria com rapidez – a expectativa inicial de Moro era de que o texto fosse à sanção presidencial só no ano que vem.

"O presidente vai analisar a possibilidade de sancionar integralmente (o pacote anticrime), vetar totalmente ou vetar parcialmente. Vetar totalmente não faz sentido, evidentemente, já que é o projeto do governo, então é uma hipótese descartada. Talvez haja alguns vetos. Isso vai ser discutido com o presidente da República", disse Moro, ao final do evento.

Moro enviou à Câmara no início do ano uma proposta com uma série de alterações em leis relacionadas à segurança pública. O projeto foi analisado em conjunto com um texto remetido anteriormente pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os deputados fizeram uma série de alterações, como a exclusão da prisão após a condenação em segunda instância e a ampliação da aplicação do excludente de ilicitude.

Outros pontos também foram acrescentados ao texto, como a criação do juiz de garantias – um magistrado que cuidaria da instrução processual, como a supervisão das investigações e a decretação de medidas cautelares. Nesta hipótese, outro juiz ficaria responsável pelo julgamento, analisando se o réu e ou não culpado. Outro item que passou a fazer parte do texto é a proibição de que delações premiadas sejam usadas de forma isolada para a decretação de medidas cautelares, como prisões provisórias e preventivas.

Acompanhe tudo sobre:CrimeJair BolsonaroSergio Moro

Mais de Brasil

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas