O ex-ministro da Justiça, Sergio Moro: demissão do posto de ministro do governo Bolsonaro continua repercutindo (Heitor Feitosa/Divulgação)
Gabriela Ruic
Publicado em 25 de abril de 2020 às 14h54.
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, respondeu, por meio de seu Twitter, a uma publicação do presidente na manhã deste sábado, 25, em que Jair Bolsonaro afirmou tê-lo apoiado em meio ao vazamento de mensagens dele e da força-tarefa da Operação Lava Jato.
"Sobre reclamação na rede social do Sr.Presidente quanto à suposta ingratidão:também apoiei o PR quando ele foi injustamente atacado.Mas preservar a PF de interferência política é uma questão institucional,de Estado de Direito,e não de relacionamento pessoal", afirmou Moro.
Em seu Twitter, mais cedo, o presidente publicou a mensagem: A Vaza Jato começou em junho de 2019. Foram vazamentos sistemáticos de conversas de Sérgio Moro com membros do MPF. Buscavam anular processos e acabar com a reputação do ex-juiz. Em julho, PT e PDT pediram prisão dele. Em setembro, cobravam o STF. Bolsonaro, no desfile, fez isso."
A mensagem acompanha uma imagem do presidente ao lado de Moro.
Antes, também neste sábado, Moro compartilhou uma campanha do Ministério da Justiça. "Faça a coisa certa, pelos motivos certos e do jeito certo" foi o lema de campanha de integridade que fizemos logo no início no MJSP", afirmou.
Ao anunciar a demissão do cargo, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, acusou nesta sexta-feira, 24, o presidente Jair Bolsonaro de tentar interferir politicamente no comando da Polícia Federal para obter acesso a informações sigilosas e relatórios de inteligência. "O presidente me quer fora do cargo" disse Moro, ao deixar claro que a saída foi motivada por decisão de Bolsonaro.
Em um pronunciamento de cerca de 40 minutos, o presidente Jair Bolsonaro rebateu o ex-ministro Sérgio Moro que, ao pedir demissão, o acusou de tentar interferir na Polícia Federal.
Na fala, no entanto, Bolsonaro reconheceu que quer um contato mais direto com o diretor-geral da instituição e evidenciou ter interesse pessoal em investigações da PF, como o caso da facada que sofreu em 2018.
Bolsonaro disse que, se Moro queria independência para fazer nomeações, deveria ter disputado a eleição à Presidência.