Brasil

Moro prepara lei anticrime que deve alterar prisão em 2ª instância

O novo ministro da Justiça e Segurança Pública quer apresentar o novo projeto ao Congresso Nacional até fevereiro

Moro: o projeto trará regras mais rígidas para a progressão de regime de cumprimento de pena (Rafael Carvalho/Governo de Transição/Divulgação)

Moro: o projeto trará regras mais rígidas para a progressão de regime de cumprimento de pena (Rafael Carvalho/Governo de Transição/Divulgação)

R

Reuters

Publicado em 2 de janeiro de 2019 às 11h57.

Brasília — O novo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou nesta quarta-feira (2) que vai apresentar ao Congresso Nacional em fevereiro um projeto de lei anticrime, com o objetivo de atacar a grande corrupção, uma das missões dadas a ele pelo presidente Jair Bolsonaro, na qual constará entre outras alterações taxativamente a prisão após condenação em segunda instância.

Além disso, o projeto trará regras mais rígidas para a progressão de regime de cumprimento de pena.

"Um dos objetivos prioritários será apresentar um projeto de lei anticrime já no início da próxima Legislatura e lutar para convencer, com respeito e toda a abertura ao diálogo, os parlamentares", disse Moro em discurso na cerimônia de transmissão de cargo.

"Não haverá aqui a estratégia não muito eficaz de somente elevar penas. Pretende-se, sim, enfrentar os pontos de estrangulamento da legislação penal e processual penal e que impactam a eficácia do Sistema de Justiça Criminal", acrescentou.

O novo ministro ressaltou que um dos objetivos também é "deixar mais claro na lei, como já decidiu diversas vezes o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), que, no processo criminal, a regra deve ser a da execução da condenação criminal após o julgamento da segunda instância". Para ele, "esse foi o mais importante avanço institucional dos últimos anos".

Moro --que ficou conhecido dentro e fora do país por ser o principal juiz da operação Lava Jato--disse que a proposta em elaboração também deve conter a previsão de operações policiais disfarçadas para combater o crime, o "plea bargain" para que a Justiça possa resolver rapidamente casos criminais nos quais haja confissão e ainda fortalecer o Tribunal do Júri, prevendo a execução imediata dos veredictos condenatórios, como já decidiu a 1ª Turma do STF.

O ex-juiz assume um superministério que funde as pastas da Justiça e Segurança Pública e terá mais de 20 órgãos, ligados a ele diretamente, como assessorias, secretarias, diretorias e outras entidades. Após a transmissão formal do cargo e antes do seu discurso, Moro deu posse a seus principais auxiliares.

Entre as autoridades presentes na cerimônia estavam o presidente do STF, Dias Toffoli, o atual comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia. Servidores do ministério também lotaram o salão do evento.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoGoverno BolsonaroOperação Lava JatoSergio Moro

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas