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Moro pede ao STF para divulgar depoimento que prestou à Polícia Federal

Os advogados alegam que a imprensa "vem divulgando trechos isolados do depoimento" do ex-ministro contra o presidente Jair Bolsonaro

Sergio-Moro (Adriano Machado/Reuters)

Sergio-Moro (Adriano Machado/Reuters)

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Clara Cerioni

Publicado em 4 de maio de 2020 às 18h13.

Última atualização em 4 de maio de 2020 às 18h32.

A defesa de Sergio Moro pediu nesta segunda-feira, 4, que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorize a divulgação na íntegra do depoimento de mais de oito horas que o ex-juiz prestou à Polícia Federal no último sábado.

Em petição enviada ao relator do caso, o decano Celso de Mello, os advogados alegam que a imprensa "vem divulgando trechos isolados do depoimento".

Por isso, escrevem, "com intuito de evitar interpretações dissociadas de todo o contexto das declarações e garantindo o direito constitucional de informação integral dos fatos relevantes – todos eles de interesse público – objeto do presente Inquérito, não se opõe à publicidade dos atos praticados nestes autos, inclusive no tocante ao teor integral do depoimento prestado".

O ex-ministro foi ouvido no sábado, 2, pela delegada Christiane Corrêa Machado, chefe do Setor de Inquéritos Especiais do STF, nas apurações sobre interferência política do presidente Jair Bolsonaro no comando da corporação. 

Durante as oito horas, peritos da Polícia Federal extraíram do celular de Moro mensagens trocadas com o presidente, incluindo as que foram deletadas para aumentar o espaço de armazenamento do aparelho. O próximo passo é a elaboração de um laudo no Instituto Nacional de Criminalística sobre as conversas e os áudios.

No depoimento, Moro desmentiu acusações de apoiadores e militantes bolsonaristas de que gravou o presidente por mais de um ano. Perante a PF, disse que isso é “absolutamente mentira” e que jamais gravou diálogos com Bolsonaro.

O inquérito, que foi aberto pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, investiga o teor do discurso de Moro ao se despedir do cargo de ministro da Justiça, no dia 24 de abril.

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