Brasil

Moro ordena nova perícia em sistemas da Odebrecht

Desta vez, Moro ordenou que a PF faça uma varredura focada em informações que tenham relação com as reformas do sítio de Atibaia

Lula: no processo, o ex-presidente Lula é acusado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro (Leonardo Benassatto/Reuters)

Lula: no processo, o ex-presidente Lula é acusado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro (Leonardo Benassatto/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de fevereiro de 2018 às 11h18.

São Paulo - O juiz federal Sérgio Moro determinou nesta sexta-feira, 23, que a Polícia Federal faça mais uma perícia sobre os sistemas de propina da Odebrecht. Desta vez, o magistrado ordenou que a PF faça uma varredura para "identificar e extrair eventuais lançamentos e documentos" que tenham relação com as reformas do sítio de Atibaia (SP). Neste processo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acusado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

"Determino a realização de perícia nos sistemas de contabilidade informal do Grupo Odebrecht, já na posse da Polícia Federal, a fim de identificar e extrair eventuais lançamentos e documentos que digam respeito ao objeto da presente acusação (reforma do Sítio em Atibaia pelo Grupo Odebrecht)", decidiu o juiz.

"A perícia deverá ser finalizada no prazo máximo de trinta dias, contados do encaminhamento dos quesitos e da decisão à Polícia Federal."

Lula já foi condenado na Operação Lava Jato. Em janeiro, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) aumentou a pena do petista para 12 anos e um mês de prisão, em regime fechado, por corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex do Guarujá (SP).

O magistrado concedeu cinco dias para os réus apresentarem quesitos que deverão ser respondidos no laudo e para a indicação de assistente técnico. Na decisão, Moro formulou três questionamentos para a perícia.

"Solicita-se que seja verificado se o sistema de contabilidade informal do Grupo Odebrecht, na posse dos peritos da Polícia Federal, contém documentos ou lançamentos que possam estar relacionados com o objeto da presente ação penal, reforma do Sítio em Atibaia pelo Grupo Odebrecht em benefício do acusado Luiz Inácio Lula da Silva", anotou o juiz.

"Se positivo devem ser discriminados os encontrados e as características dos arquivos respectivos, bem como quanto a sua autenticidade e integridade."

"Solicita-se que seja verificado se os documentos já juntados aos autos, encontram-se no sistema e se positivo devem ser informadas as características dos arquivos respectivos, bem como quanto a sua autenticidade e integridade."

Esta é a segunda perícia ordenada pelo juiz da Lava Jato sobre os sistemas de propina da Odebrecht. Na sexta, a Polícia Federal entregou laudo em ação penal sobre supostas propinas da empreiteira para o ex-presidente.

Foram verificados 11 discos rígidos e dois pendrives. Ao juiz Moro, a PF afirmou que "foram identificados 842 arquivos, de um total de 1.912.667 arquivos, correspondendo a 0,043%, que apresentam não conformidades'. A perícia achou 607 divergências nos discos 1 e 4, um total de 230 nos discos 5 a 9 e outras cinco nos discos 10, 11 e no pendrive 1.

A perícia identificou os pagamentos da empreiteira, no Brasil e no exterior, para a compra do terreno do Instituto Lula. Os documentos comprovam as declarações do empresário Marcelo Odebrecht que, em delação premiada, afirmou ter combinado com o presidente do Instituto Paulo Okamotto e o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, a compra do terreno.

Sergio Moro deu prazo de 15 dias para a defesa de Lula e para o MPF analisarem os arquivos periciados.

Acompanhe tudo sobre:Luiz Inácio Lula da SilvaMarcelo OdebrechtNovonor (ex-Odebrecht)Operação Lava JatoPolícia FederalSergio Moro

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP