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Moro nega orientação a Dallagnol em mensagens: "Não vi nada demais"

Para o ministro, a divulgação das conversas entre ele e procuradores da Força-Tarefa foi uma "invasão criminosa de celulares de procuradores"

Moro: o ministro afirmou que não tem mais as mensagens (José Cruz/Agência Brasil)

Moro: o ministro afirmou que não tem mais as mensagens (José Cruz/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 10 de junho de 2019 às 13h30.

Última atualização em 10 de junho de 2019 às 13h37.

Brasília — O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou nesta segunda-feira que não tem "nenhuma orientação" dada por ele nas supostas conversas entre ele e procuradores da Força-Tarefa da operação Lava Jato publicadas na véspera pelo site Intercept Brasil, que fez uma série de reportagens com base no que diz serem arquivos recebidos de fonte anônima.

"Eu não vi nada demais nas mensagens, ali foi uma invasão criminosa de celulares de procuradores, para mim é um fato bastante grave ter havido essa invasão e essa divulgação. Quanto ao conteúdo, no que diz respeito à minha pessoa, não vi nada demais", disse ele, ex-juiz responsável pelos processos da operação Lava Jato em Curitiba.

"Não tem nenhuma orientação ali naquelas mensagens", respondeu ele, em uma rápida entrevista coletiva que concedeu em Manaus (AM), onde cumpre agenda oficial.

O ministro da Justiça afirmou que não poderia sequer dizer se as supostas conversas são autênticas, porque, segundo ele, são coisas que, se aconteceram, aconteceram anos atrás.

"Eu não tenho mais essas mensagens, eu não guardo esses registros. Agora, ali, não tem orientação nenhuma", reforçou.

Moro disse ser algo "normal" o juiz conversar com procuradores, advogados e policiais e destacou que "de forma nenhuma" compromete a atuação da operação.

"Se houve alguma coisa nesse sentido, as operações já haviam sido autorizadas, aí é uma questão de logística", afirmou.

Durante a coletiva, o ministro chegou a questionar o fato de os repórteres presentes ao encontro não terem feito mais perguntas sobre o motivo da sua agenda oficial em Manaus, a reunião de abertura do Conselho Nacional dos Secretários de Estado da Justiça, Cidadania, Direitos Humanos e Administração Penitenciária (Consej).

Ao fim, o ministro respondeu mais uma questão sobre o conteúdo das alegadas conversas. "Ali basta ler o que se tem lá e verificar. O fato grave é a invasão criminosa dos celulares dos procuradores e ali está havendo sensacionalismo em cima dessas supostas mensagens. Obrigado", disse, ao ir embora.

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