Brasil

Moro manda alienar triplex no Guarujá para leilão

O imóvel e suas reformas são vistas pelo magistrado e pelos desembargadores do TRF4 como propinas para o ex-presidente Lula

Moro: a OAS ainda responde por uma dívida de R$ 80 mil referente ao IPTU do imóvel (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Moro: a OAS ainda responde por uma dívida de R$ 80 mil referente ao IPTU do imóvel (Rodolfo Buhrer/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de janeiro de 2018 às 21h31.

São Paulo - O juiz federal Sérgio Moro mandou alienar o triplex no condomínios Solaris, no Guarujá (SP), pivô da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato, para leilão.

O imóvel e suas reformas, supostamente custeadas pela OAS, são vistas pelo magistrado e pelos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região como propinas de R$ 2,2 milhões da empreiteira ao ex-presidente. O magistrado ainda mandou oficiar a 2ª Vara de Execução de Títulos Extrajudiciais da Justiça Distrital de Brasília, para que se "levante" processo em que o imóvel foi penhorado.

Vista pelos desembargadores do Tribunal da Lava Jato como "laranja" do ex-presidente Lula no recebimento do triplex do condomínio Solaris, no Guarujá, a OAS ainda responde por uma dívida de R$ 80 mil referente ao IPTU do imóvel. O valor corresponde ao tributo pendente desde 2014.

Para o juiz federal Sérgio Moro, "a omissão do recolhimento do IPTU pela OAS Empreendimentos, proprietária formal, ou pelo ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, proprietário de fato, coloca o imóvel em risco, com a possibilidade de esvaziamento dos direitos de confisco da vítima, no caso uma empresa estatal e por conseguinte com prejuízo aos próprios cofres públicos".

Além da Lava Jato, o imóvel também é citado no processo de recuperação judicial da OAS. Em 2017, a 2.ª Vara de Execução e Títulos do Distrito Federal determinou a penhora do 164-A do Condomínio Solaris, no Guarujá, para quitar as pendências da OAS.

"Assim, o imóvel foi inadvertidamente penhorado, pois o que é produto de crime está sujeito a sequestro e confisco e não à penhora por credor cível ou a concurso de credores", anotou.

"Oficie-se, por conseguinte, ao Juízo da 2ª Vara de Execução de Títulos Extrajudiciais da Justiça Distrital de Brasília na Execução 2016.01.1.087371-5 comunicando esta decisão, com cópia, e solicitando, respeitosamente, as providências cabíveis para levantamento da penhora em relação ao referido bem, com a comunicação do levantamento ao cartório de registro de imóveis", conclui o magistrado.

Acompanhe tudo sobre:Luiz Inácio Lula da SilvaOperação Lava JatoSergio Moro

Mais de Brasil

'Tem gente que fuma para descontrair', diz líder da bancada da bala sobre maconha

PF avalia abertura de investigação contra deputado que ameaçou Lula: 'Quero mais é que ele morra'

Comissão de Segurança do Senado aprova porte de arma para defesa pessoal de advogados

TCU analisa nesta quarta resultados preliminares de auditoria na Previ após déficit em 2024