Brasil

Moro interroga Marcelo Odebrecht em ação contra Palocci

O ex-ministro da Fazenda, preso em setembro do ano passado, é acusado por corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a Petrobras

Odebrecht: para se livrar da cadeia, o empreiteiro fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (Kiyoshi Ota/Bloomberg)

Odebrecht: para se livrar da cadeia, o empreiteiro fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (Kiyoshi Ota/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2017 às 13h04.

O juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, vai interrogar nesta segunda-feira, 10, o empreiteiro Marcelo Odebrecht na ação penal em que ele é réu ao lado do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, também preso.

Palocci é réu por corrupção e lavagem de dinheiro. Também são acusados Branislav Kontic, ex-assessor de Palocci, Marcelo Odebrecht e outros 12 investigados por corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro relacionados à obtenção, pela Odebrecht, de contratos de afretamento de sondas com a Petrobras. Odebrecht já está condenado, em uma outra ação, a 19 anos e quatro meses de prisão.

Para se livrar da cadeia, o empreiteiro fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. Outros 77 executivos do grupo também decidiram colaborar para evitar a prisão.

Palocci foi preso na Operação Omertà, 35ª fase da Lava Jato, em 26 de setembro. Para a força-tarefa da Lava Jato, o codinome "Italiano" em planilhas de propina da Odebrecht é referência a Antonio Palocci.

A Omertà identificou que, entre 2006 e 2015, o ex-ministro "estabeleceu com altos executivos da Odebrecht um amplo e permanente esquema de corrupção destinado a assegurar o atendimento aos interesses do grupo empresarial na alta cúpula do governo federal". Neste esquema, segundo a denúncia, "a interferência de Palocci se dava mediante o pagamento de propina destinada majoritariamente ao Partido dos Trabalhadores (PT)".

A Procuradoria sustenta que Palocci atuou "em favor dos interesses do Grupo Odebrecht no exercício dos cargos de deputado federal, ministro da Casa Civil e membro do Conselho de Administração da Petrobras".

A acusação do Ministério Público Federal aponta que o casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura, "que prestava serviços de publicidade eleitoral em diversas campanhas do Partido dos Trabalhadores, teria recebido, conscientemente e sob a supervisão de Antonio Palocci Filho, parte dos pagamentos das propinas a título de remuneração dos aludidos serviços".

Ainda segundo a denúncia, também houve pagamento de propinas pela Odebrecht em contratos celebrados com a empresa Sete Brasil para fornecimento de sondas para utilização pela Petrobras na exploração do petróleo na camada de pré-sal.

Um dos delatores da Lava Jato, o ex-gerente executivo da estatal Pedro Barusco afirmou que a estatal lançou licitação, "em cujo formato teria Antonio Palocci Filho influenciado, para o afretamento de vinte e uma sondas para exploração do pré-sal no Brasil".

Acompanhe tudo sobre:Antonio PalocciMarcelo OdebrechtOperação Lava JatoSergio Moro

Mais de Brasil

Donald Trump mira e a 25 de Março reage: como comerciantes avaliam investigação dos EUA

Bolsonaro será preso? Entenda os próximos passos do processo no STF

Eduardo Bolsonaro celebra decisão do governo Trump de proibir entrada de Moraes nos EUA

Operação da PF contra Bolsonaro traz preocupação sobre negociação entre Brasil e EUA, diz pesquisa